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BOCA DE CENA estreia a peça de teatro “As Senhoras de Saramago” em Esposende

A Companhia de Teatro Infantojuvenil “Boca de Cena” sobe, este fim de semana, ao palco do Auditório Municipal de Esposende para apresentar, em estreia, “As Senhoras de Saramago”, com texto e encenação de Hugo Direito Dias. A encenação despertou grande interesse junto da comunidade, tendo esgotado os bilhetes para as duas récitas da peça.

 
teatro


Hugo Direito Dias, encenador e autor do texto “As Senhoras de Saramago”, iniciou a escrita do guião em 2019, com o intuito de estrear a peça em julho de 2020, ação entretanto adiada com o deflagrar da pandemia de COVID-19.

 
 


Atores e encenador iniciaram um trabalho online de concretização de ideias que figurariam no término do guião, contudo, os tempos de quarentena acabaram por conduzir também à alteração de perceções. Resultado de um desconcertante afastamento da ideia inicial e de renovada inspiração, o argumento rumou para uma nova versão de personagens, novas Senhoras e um novo conceito, algo autobiográfico, no qual o enredo levaria o autor até José Saramago, a partir da escultura “La Pietá” (A Piedade), de Michelangelo
Buonarotti, símbolo da sublime Senhora que todo e cada um tem – a Mãe.


Conjugando a escultura e o seu significado, um dramaturgo (metaforicamente confundido com um alfaiate) vê a sua inspiração regressar e alinhava histórias de vida a propósitos que retira das obras de Saramago. Frida Kahlo viveu e morreu com a Firmeza sentida n’ ”As Intermitências da Morte”. Anne Frank viu escondida a sua Identidade, como o fez “O Homem Duplicado”. Marie Antoinette perdeu a cabeça na Cegueira nítida, lida em “Ensaio sobre a Cegueira”. Maria de Magdala apedrejou-se da Paixão impressa em “Evangelho Segundo Jesus Cristo”. Aqualtune lutou movida a Vontade, a mesma que faz voar em “Memorial do Convento”. Carolina Beatriz Ângelo votou na Liberdade que o branco reclama em “Ensaio sobre a Lucidez”. A acompanhar toda a arte de costura/escrita está a Aprendiza deste Dramaturgo, símbolo da permanência de quem escreve, de quem encena, de quem cria… de quem cose!

 
 


“As Senhoras de Saramago” representa assim uma ode à criação do Dramaturgo, através do mais sublime propósito de Vida – a Mulher, fonte de inspiração.

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