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Instituto Politécnico de Viana do Castelo estuda exposição profissional do gás radão

Depois do projeto RnMonitor, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) e a Escola Superior de Saúde (ESS) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) estão a desenvolver o projeto Rn Health Tech desde janeiro deste ano.

 
IPVC Edifício

O projeto, que se prolonga até finais de 2023, pretende fazer a caraterização dos edifícios à exposição profissional do gás radão, realizar um estudo sobre a prevalência da morbilidade pulmonar no Alto Minho para se perceber se há uma relação direta com a existência do gás radão, desenvolver ferramentas online que permitam a avaliação e análise de risco e promover a literacia para a saúde com a criação de materiais interativos para a capacitação de crianças e de jovens. Até outubro são apresentados os resultados da caraterização dos edifícios à exposição profissional do gás radão.

 
 

Após terminar a investigação no âmbito do projeto “RnMonitor: Infraestrutura de Monitorização Online e Estratégias de Mitigação Ativa do Gás Radão no Ar Interior em Edifícios Públicos da Região Norte de Portugal”, a ESTG-IPVC e a ESS-IPVC estão a desenvolver, desde o início deste ano, o projeto Rn Health Tech, mais direcionado para a vertente da saúde.

O projeto “RnMonitor” teve como objetivo “avaliar um conjunto alargado de edifícios no Alto Minho e a qualidade do ar interior relativamente ao gás radão, bem como o desenvolvimento de um piloto tecnológico que permitisse fazer a monitorização dos edifícios de forma contínua e em tempo real”, lembrou o professor Sérgio Lopes, referindo que esse equipamento permite comunicar e gerar alertas.

 
 

“O gás radão existe na natureza em abundância, mas no ambiente exterior não tem impacto na saúde, porque a sua diluição na atmosfera leva a concentrações muito baixas. Mas quando consideramos ambientes interiores, onde as pessoas passam por uma exposição prolongada, se esse compartimento tiver concentrações médias de gás radão, no limite daquilo que é aceitável, a pessoa pode aumentar a probabilidade de contrair cancro do pulmão e isso é um fator de risco”, explicou o professor da ESTG-IPVC, Sérgio Lopes.

Neste momento, a primeira fase deste novo projeto contempla a caraterização de edifícios à exposição profissional ao gás radão. “Esta fase está a terminar. Focamos a nossa ação, por causa da pandemia, apenas nas escolas do IPVC. Como estamos implementados em diferentes escolas e concelhos, optamos por ter o trabalho focado nas escolas porque temos uma distribuição geográfica considerável. Temos escolas com edificados diferentes, mas também caraterísticas, geologias e concelhos diferentes”, justificou o investigador, adiantando que os resultados dessa amostragem serão divulgados até outubro.

 

Mas o projeto contempla mais fases até final de 2023.  “Um segundo objetivo deste projeto é a realização de um estudo sobre a prevalência da morbilidade pulmonar no Alto Minho, pretendendo-se ter evidências se há uma relação direta entre a ocorrência deste gás em ambientes interiores e o maciço granítico que temos debaixo de nós”, anunciou Sérgio Lopes, referindo que o que se pretende é “avaliar do ponto de vista estatístico a prevalência deste tipo de doenças pulmonares no Alto Minho e relacionar com a geologia e geografia do território”.

O gás radão, esclareceu ainda o investigador, “está diretamente associado à prevalência da rocha granítica, que tem predominância nas zonas onde existe maciço granítico, que é no Alto Minho, em Trás-os-Montes e na zona da Beira Interior, sobretudo, na Guarda”.

 

Outro dos objetivos do projeto está relacionado com uma parte mais tecnológica. “Pretendemos desenvolver ferramentas online que permitam a avaliação e análise de risco da exposição ao gás radão. Isso implica desenvolver modelos de pré-diagnóstico, ou seja, modelos mais simplificados de avaliação de risco”. No seguimento do projeto anterior, pretende-se incluir outros parâmetros para gerar um indicador de qualidade do ar, que “possa ser mais inteligível e ser usado pelo cidadão de forma mais simples”. Aqui será utilizada uma escala de cor para que as pessoas consigam perceber e ter perceção do que podem e devem fazer para corrigir uma eventual situação que não está em conformidade.

Por fim, o projeto contempla ainda uma parte da literacia para a saúde, que é o desenvolvimento de materiais interativos e materiais digitais que permitam a capacitação de crianças e jovens.

 

Sobre o Tech

O Projeto Tech Tecnologia, Ambiente, Criatividade e Saúde será executado numa abordagem holística aos desafios enunciados no Horizonte 2020 e aos problemas regionais identificados pelas instituições e parceiros da comunidade. Com recurso às tecnologias de base digital aborda-se a prevenção e promoção da saúde e bem-estar da população (Health Tech), as novas tecnologias para processos de agricultura e produção de alimentos (Food Tech), e a e-governança ambiental integrada para o território (Environment Tech). Estas três linhas de investigação desenvolvem-se em nove atividades específicas para responder a problemas previamente identificados em trabalhos dos investigadores e centros de investigação presentes no projeto.

A Health Tech procura a adoção de novas tecnologias ao serviço da saúde que possam atuar e ter um impacto muito positivo na prevenção e promoção da saúde, nomeadamente através do uso de sensores, a monitorização de sinais vitais, a Big Data ou Inteligência Artificial, e a monitorização ambiental inteligente.

A Food Tech tem como objetivo o uso e desenvolvimento de tecnologias digitais na sustentabilidade agrícola e agroalimentar. Reúne atividades de investigação nas áreas de proteção e saúde dos sistemas de produção (animal e vegetal), desenvolvendo a qualificação de diferentes produtos agroalimentares.

A Environment Tech propõe investigação aplicada na qualidade de vida e meio ambiente sustentável, nos processos eco ambientais, na otimização de sistemas sócio organizacionais e nos modelos e instrumentos da economia circular para a sustentabilidade regional e local.

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