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Braga Barroca evocou a Música nos 50 anos do Congresso Internacional

A Fundação Bracara Augusta com o apoio da Universidade do Minho (CEHUM /ELACH) e da Câmara Municipal de Braga, no âmbito da efeméride dos 50 anos do Congresso Internacional de 1973, da Braga Barroca e das Jornadas Europeias do Património, promoveram na passada quinta-feira, uma conferência evocando a Música na expressão do Barroco.

 

A iniciativa intitulada “Robert Smith: 50 anos do Congresso Internacional em Braga” decorreu no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Minho e contou com a presença de Miguel Bandeira, Presidente da Fundação Bracara Augusta que, na nota de abertura, reforçou o papel de Gerhard Doderer na criação da área e dos cursos de música da Universidade do Minho agradecendo aos intervenientes a oportunidade de revisitar um Congresso que marcou completamente a abordagem ao património barroco em Braga.

 
 

Por sua vez, Elisa Lessa (Universidade do Minho / CEHUM), responsável pela intervenção de abertura sobre “A secção de Música do congresso… Para a História da Musicologia em Portugal”, afirmou que “trazer à memória um acontecimento destes [referindo-se ao Congresso de 1973] é um ato que muito nos enriquece culturalmente”, acrescentando “o privilégio de ter nesta sessão figuras de referência outrora presentes no congresso – o musicólogo e organista Gerhard Doderer e a cravista Cremilde Rosado Fernandes-  e honrar outras, como o Padre Manuel Faria, Klaus Heimes, Manuel Morais, referências incontornáveis nos estudos musicológicos na cultura musical portuguesa”.

Numa visita pelas atas do Congresso, Elisa Lessa realçou a curiosidade e particularidade de incluírem os nomes de quem colocou questões, após as intervenções, porque se entendeu que enriqueceu o debate e o conhecimento. Foi também reforçada a riqueza do programa cultural do congresso. “Foi notável e pioneiro na divulgação de obras de compositores portugueses superiormente interpretadas por prestigiados intérpretes

 
 

Na sessão – à semelhança de 1973 – o musicólogo e organista Gerhard Doderer, que participou activamente no Congresso de 1973, assumiu uma comunicação intitulada “Instrumentos de Tecla portugueses no século XVIII” – e depois de 1973?”.

“Foram 50 anos que passaram e o que foi feito? Do lado da música portuguesa o resultado é francamente positivo”, afirmou o responsável. “No seguimento da minha comunicação apresentada durante o Congresso do ano de 1973, quero dedicar a minha intervenção de hoje não aos órgãos, não aos clavicórdios e não ao ramo mais antigo da família dos cravos, mas antes à geração mais recente dessa última família, ou seja aos cravos de martelos” isto porque “meio século passado chegámos a ter muitos e mais aprofundados conhecimentos relativamente a este tipo de instrumentos e seus construtores, podendo constatar-se que hoje são estes instrumentos que colocam Portugal, no que diz respeito ao património organológico, não apenas entre os mais importantes países europeus e estado-unidenses, mas sim em primeiro lugar à frente de todos eles.” Para Gerhard Doderer isto deve-se “à extraordinária qualidade artesanal que os quatro pianofortes setecentistas em questão evidenciam.” A intervenção terminou com a audição de uma gravação da sonata nº4 de Ludovico Giustini di Pistoia interpretada por Cremilde Rosado Fernandes no Pianoforte de Manuel Joaquim José Antunes de 1767, que hoje se conserva no National Music Museum, The University of South Dakota, Vermillion, S.D., U.S.

 

O encontro foi brindado também com a presença da cravista Cremilde Rosado Fernandes, outra participante no congresso que marcou a arte e o património de Portugal, bem como Maria do Céu Sousa Fernandes que assistiu ao encontro e o revisitou.

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