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Salto de Miguel Oliveira para a KTM será também um salto tecnológico

O piloto português terminou em grande a sua segunda época no MotoGP, mas agora prepara-se para novos desafios que o podem lançar, em breve, como candidato ao título mundial. Na marca austríaca será ele a testar e aprovar as inovações da KTM, e há já quem o veja como o chefe de equipa.

 
Miguel Oliveira

Caiu o pano sobre o Campeonato do Mundo de MotoGP de 2020 e, ao mesmo tempo, abriram-se novos horizontes para o futuro do português Miguel Oliveira, sobretudo depois de ter arrasado no último grande prémio da temporada, em Portimão, com uma vitória em toda a linha, que lhe permitiu repetir o lugar mais alto do pódio que já havia alcançado a 23 de agosto, na Áustria, e terminar o Mundial no nono lugar.

 
 

Que futuro está reservado para o piloto português? Para já, deixa a equipa-satélite da KTM, a Tech3, para competir pela equipa de fábrica, onde terá como companheiro o sul-africano Brad Binder. “O Miguel vai continuar a trabalhar para fazer o melhor possível”, disse Paulo Oliveira, pai e agente de Miguel, numa curta conversa com o DN, até porque no dia seguinte ao fim de semana de sonho, em Portimão, ainda muito está por alinhavar tendo em conta a próxima temporada, nomeadamente no que diz respeito àquilo que será o motor da nova moto do piloto nascido há 25 anos em Almada.

Certo é que, teoricamente, Miguel Oliveira terá à sua disposição “mais meios técnicos” naquela que será a sua terceira época no Mundial de MotoGP. “Ele já provou que consegue vencer com a equipa-satélite, pelo que, com mais meios, torna-se possível alcançar melhores resultados”, admitiu Paulo Oliveira.

 
 

Vítor Martins, comentador da SportTV nas corridas do MotoGP, explicou ao DN que o piloto português “já tinha uma ligação direta com a fábrica” da KTM, mas considera que a partir de agora “essa ligação fica ainda mais reforçada”, pois “ficará mais envolvido no desenvolvimento da moto”. Isto apesar de que “na Tech3 tinha engenheiros da KTM com ele, mas não era a mesma coisa”. “A partir de agora, ele será o primeiro a receber tudo aquilo que houver de novo para a moto e, mais do que isso, será ele a testar e aprovar essas novidades”, frisou.

Uma coisa é certa, de acordo com Vítor Martins, a moto KTM “tem evoluído muito nos últimos quatro anos”, razão pela qual está convencido de que a marca austríaca irá atingir em breve o topo do MotoGP. “O diretor executivo Stefan Pierer está muito envolvido neste projeto, e onde a KTM entra é sempre para ganhar, foi assim noutras competições e aqui não será diferente, pois é uma marca muito focada para a competição”, sublinhou, numa clara demonstração de que Miguel Oliveira terá uma moto competitiva durante a temporada de 2021.

 

Aliás, em maio de 2019, Pierer prometeu que a KTM iria “dominar o MotoGP”. “No supercross demorámos 11 anos a vencer, mas quando conseguimos entrámos numa sequência de cinco títulos consecutivos. No Dakar também demorámos sete anos a vencer, mas agora vamos numa sequência de 18 vitórias consecutivas. No MotoGP também poderemos demorar dez anos a chegar ao primeiro lugar, mas mais tarde ou mais cedo também vamos dominar esta categoria”, prometeu o CEO da marca austríaca, numa entrevista ao site Motorsport.com.

O sonho do título cada vez mais próximo
No que diz respeito à preparação física não se esperam grandes mudanças no piloto português. “O Miguel é um atleta de alta competição e tem o seu treinador pessoal, que, ao que tudo indica, irá manter essa preparação”, frisou Vítor Martins, que considera estarem a ser reunidas as condições para que Miguel Oliveira consiga alcançar o sonho que várias vezes já expressou publicamente: ser campeão do mundo. “Garantidamente, estará mais próximo de conquistar o título”, disse.

 

“Vai ganhar mais corridas e vamos vê-lo mais vezes no pódio. A verdade é que, se olharmos para a classificação final do campeonato, verificamos que ficou apenas a 14 pontos do terceiro lugar, no qual terminou o espanhol Alex Rins”, frisou o especialista em MotoGP, que se mostra convencido de que a luta pelo título estará para breve: “Creio que em 2021 vai lutar pelo título ou pelo menos lutar pelos lugares do pódio… No ano seguinte, de certeza que será um sério candidato a sagrar-se campeão do mundo.”

Paulo Oliveira, pai do piloto português, lembrou a propósito do sonho do título que “no início do ano ninguém imaginava que Jon Mir conquistasse o título mundial”, e avisou: “O MotoGP está a mudar e tudo é possível.”

 

O talento de Miguel Oliveira já não passa despercebido e mesmo os adversários mostram respeito pelas suas qualidades, tendo vários deles destacado o facto de o português ter estado “imparável” durante o Grande Prémio de Portugal. A ponto de Pit Beirer, diretor de corridas da KTM, admitir que o piloto português poderá ser o líder da equipa: “Precisamos de um novo chefe de fila para 2021 e creio que o Miguel, com esta performance, tornou-se um forte candidato.” Questionado pelo DN, Paulo Oliveira desvalorizou esse tema, garantindo apenas que o filho irá “competir” junto dos outros, pelo que “quem trabalhar melhor obterá melhores resultados”.

O Mundial de MotoGP de 2021 está previsto para ter o seu início a 28 de março com o Grande Prémio do Qatar. Serão um total de 20 corridas, durante as quais Miguel Oliveira, de 25 anos, irá procurar mostrar todo o talento que faz que já seja considerado como um dos grandes pilotos do circuito.

IN: DN

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