Marcelo considera que alternativa de direita está “em construção”
O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa considerou hoje que a alternativa de direita está “em construção” e reiterou que não exigirá acordos escritos nem vetará a participação de nenhum partido em futuras soluções de Governo.
Em entrevista à SIC, o Presidente da República e recandidato ao cargo foi questionado sobre a sua preocupação com a existência de uma alternativa de poder à direita e foi desafiado a comentar o estado do PSD liderado por Rui Rio.
“Neste momento, naturalmente que cada setor há de fazer os possíveis para que haja essa alternativa”, retorquiu, evitando dar a sua opinião.
Perante a insistência dos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa disse que, “olhando para as últimas sondagens, está em construção” essa alternativa, e “tem havido flutuações”.
“Mas o problema é o seguinte, é que hoje está óbvio, desde 2015, que o centro-direita só vai ao poder se atingir 45%”, apontou, salientando que essa meta “é realmente muito exigente em termos de afirmação de um qualquer partido ou de uma coligação”.
Remetendo para os portugueses a possibilidade de Rui Rio vir a ser ou não primeiro-ministro, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou: “O líder da oposição está a fazer um percurso, eu ainda há pouco dizia, para ir subindo, ir afirmando”.
O Presidente da República ressalvou que trabalha igualmente bem com todos os governos e primeiros-ministros, sejam de esquerda ou direita.
Quanto às condições para a formação de futuros executivos, reiterou que não exige acordos escritos, defendendo que o que importa é a palavra, e voltou a argumentar que em termos constitucionais não pode ser vedado o apoio parlamentar de “um determinado partido” a uma solução de Governo, numa alusão ao Chega.
“O Presidente da República não pode discriminar. O partido está ilegalizado? Não está. Quem é competente para ilegalizar? O Tribunal Constitucional, por iniciativa do Ministério Público”, argumentou.
O chefe de Estado observou uma vez mais que no exercício das suas funções “há muita coisa que faz”, mas de umas “gosta mais”, e de outras “gosta muito menos”.
Lusa