Museu Bernardino Machado relança ciclo de conferências para 2022
É já no próximo dia 28 de janeiro, que é retomado, no Museu Bernardino Machado, em Vila Nova de Famalicão, o ciclo de conferências “Conspirações, Revoltas e Revoluções na I República”, que foi interrompido devido à pandemia. A primeira conferência tem como tema “O 5 de Outubro de 1910” e conta com a oradora convidada, Ana Paula Pires, doutorada em História, especialidade de História Económica e Social Contemporânea, pela NOVA-FCSH.
Até ao final do ano, serão realizadas nove conferências, mensalmente (com exceção dos meses de julho e agosto) sempre à sexta-feira, e com início marcado para as 19h00. A entrada é livre e dá direito a um certificado de presença. Este evento científico está acreditado para os professores dos grupos disciplinares 200 e 400. Será necessária a apresentação do Certificado Digital COVID ou de comprovativo de realização laboratorial de teste com resultado negativo. Inscrições e mais informações no seguinte link https://bit.ly/cicloconferencias2022mbm
De acordo com o coordenador científico do Museu Bernardino Machado, Norberto Cunha, “a eleição da temática Conspirações, revoltas e revoluções na I República (1910-1926) deve-se a circunstâncias fáceis de reconhecer num mundo contemporâneo onde a violência armada tem sido uma constante nas “nações” e onde não cessam de ser notícia revoluções, revoltas e conspirações que nelas surgem. É verdade que estas modalidades de violência não se confundem com as que ocorreram no século XIX e XX”, explica o responsável, referindo que “o que realmente nos importa com esta temática é em 1º lugar, procurar compreender porque é que os adversários políticos recorrem à violência armada e não à negociação e ao gradualismo politico para solucionar os seus conflitos; em 2º lugar, que conexões podem estabelecer-se entre esses conflitos e as ideias de Estado-nação e de nacionalismo; em 3º lugar, perceber se esses confrontos são uma expressão da evolução social (e, nessa medida, inevitáveis) ou expressão de vontades livres, mais ou menos individuais (e, nessa medida, confrontos evitáveis); em 4º lugar, que motivações–e de que natureza–estiveram na origem das principais revoltas, revoluções e conspirações que ocorreram entre nós, de 1910 a 1926”.
Norberto Cunha refere ainda a ligação entre a temática das conferências e o patrono do Museu Bernardino Machado “que foi não só vítima de algumas dessas revoltas e revoluções (como a de Mafra, em 1914; a de Sidónio Pais em 1918; a de Maio de 1921; e a do 28 de Maio de 1926) como discorreu e se pronunciou, amplamente, sobre elas, inclusive, no plano doutrinal”.