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Está a decorrer a consulta pública para a concessão da Exploração da Mina de Lítio em Montalegre

A consulta pública do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da mina de lítio “Romano”, que a Lusorecursos quer explorar em Montalegre, decorrerá entre 14 de fevereiro e 25 de março, indicou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) no portal participa.pt.

 
mina

O projeto tem como objetivo a extração e beneficiação de rochas ricas em lítio presentes na área concessionada para a obtenção, depois de um processamento físico e químico em instalações dedicadas, de hidróxido de lítio ultrapuro, que é uma matéria-prima com forte valorização tecnológica utilizada na produção de baterias de ião lítio de elevada qualidade.

 
 

Localiza-se na freguesia de Morgade, pertencente ao concelho de Montalegre e distrito de Vila Real. Integrado na Zona A da Concessão da Mina do “Romano”, e abrangendo a antiga Área Mineira do Couto do Beça, situa-se na vertente norte da Serra do Barroso, a sudeste da Albufeira do Alto Rabagão.

O projeto para a mina de lítio que a empresa Lusorecursos Portugal Lithium quer explorar em Montalegre, tem estado envolto em polémica.

 
 

Em abril do ano passado, o ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, acusou o “promotor de falta de profissionalismo dadas as insuficiências técnicas do EIA apresentado e, salientou, “inclusivamente, que seria muito improvável a concretização do projeto”.

Em setembro, a APA procedeu à instrução do processo de AIA do projeto da mina de lítio, depois da Lusorecursos ter submetido três EIA.

 

Na sequência do último EIA submetido, a APA questionou a entidade licenciadora do projeto, a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), sobre a possibilidade de proceder à instrução do processo de AIA.

É que a empresa tinha até 4 de setembro para dar cumprimento ao estabelecido, no âmbito do contrato de concessão, celebrado a 28 de março de 2019, a nível ambiental e da viabilidade técnico-económica da exploração. Depois de receber a confirmação a 2 de setembro, a APA procedeu à instrução do procedimento e à verificação da conformidade do EIA, com o objetivo de aferir se o estudo continha “toda a informação necessária à avaliação ambiental do projeto”.

 

No início desta semana, a Associação Montalegre Com Vida, criada para lutar contra as minas, advertiu que “tudo está a ser feito” para que se concretize a mina de lítio e que o respetivo EIA deverá entrar em consulta pública nos “próximos dias”. A associação questionou “porque razão a DGEG ainda não rescindiu o contrato com a Lusorecursos Portugal Lithium, SA”, tendo “em conta que todos os prazos para a entrega e aprovação do EIA já foram ultrapassados”.

Disse ainda que a empresa submeteu o EIA “por três vezes, nas duas primeiras foi devolvido por falta de elementos e na terceira vez foi considerado desconforme, a 19 de agosto de 2021, por ser metodologicamente distinto e divergente do inicialmente submetido, tendo por isso finalizado a respetiva AIA”.

 

A Montalegre Com Vida apontou que, cinco dias após ter sido considerado desconforme”, a empresa entregou um novo estudo que passou “a ser considerado conforme”, pelo que a APA deu “início a um novo procedimento de AIA”, concluindo que “à quarta foi de vez” e que “se Maomé não vai à montanha vai a montanha a Maomé’.

A associação frisou que nada a demoverá de defender a sua terra e “provar a incompatibilidade deste projeto, tão impactante com uma área concessionada de 825,4 hectares”. Os opositores à mina, que incluirá território das aldeias de Morgade, Rebordelo e Carvalhais, apontam preocupações ao nível da dimensão da mina e consequências ambientais, na saúde e na agricultura.

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