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Guimarães quer rumar em direção a “uma cidade, um planeta”

Esta foi uma das conclusões da reunião do Comité Externo de Acompanhamento da candidatura de Guimarães a Capital Verde Europeia, que decorreu no Laboratório da Paisagem na tarde de 28 de novembro.

 

Mohan Munasinghe, laureado com o prémio Blue Planet 2021 e Prémio Nobel da Paz em 2007, e Jane Carruthers, professora emérita e historiadora ambiental da Universidade da África do Sul, foram os dois elementos do Comité Externo de Acompanhamento da Candidatura de Guimarães a Capital Verde Europeia que marcaram presença na reunião havida na tarde de ontem, no Laboratório da Paisagem, que juntou ainda os restantes elementos da Estrutura de Missão Guimarães 2030, uma estrutura que tem como objetivo o desenvolvimento sustentável de Guimarães e a submissão de uma nova candidatura a Capital Verde Europeia 2025.

 
 

A reunião, que foi presidida por Domingos Bragança, acompanhado dos vereadores com competências delegadas, teve como objetivo avaliar o trabalho efetuado até ao momento, e ouvir as sugestões e opiniões dos membros do Comité Externo, bem como dos restantes presentes, assumindo, segundo o Presidente da Câmara, “uma importância enorme”. O Edil referiu ser fundamental que Guimarães apresente “marcas distintivas” para se afirmar, enquanto cidade de média dimensão, no panorama europeu da sustentabilidade ambiental.

Após ter sido feita uma apresentação pelo Professor Mohan Munasinghe que teve como objetivo indicar um caminho de harmonização social e económica com vista à sustentabilidade, Domingos Bragança referiu que são por vezes as aparentes fragilidades que fazem com que sejam superados os obstáculos mais difíceis, para que os objetivos propostos possam ser alcançados. No caso, trata-se de, “a partir do local para o global, Guimarães conseguir ser uma cidade referência a nível europeu e mundial no que diz respeito ao respeito pelo Planeta, à neutralidade climática, e à vida em sociedade que permita manter o nível de desenvolvimento económico e social, ao mesmo tempo reduzindo os recursos utilizados”.

 
 

O Presidente da Câmara considera que Guimarães pode dar a entender à União Europeia a importância de distinguir cidades de média dimensão, o que pode ser motivador para um conjunto de outras cidades europeias de mesma dimensão e para “termos milhares de cidades a reverem-se em nós”. Para Domingos Bragança, e também para os membros do Comité Externo, a grande conquista de Guimarães é ter a envolvência dos cidadãos, resultado, em grande medida, das políticas de educação ambiental introduzidas no âmbito escolar, bem como as constituições das Brigadas Verdes no concelho de Guimarães, que são já 35. “Podemos potenciar a sociedade na defesa dos valores ambientais através de uma base mais transformadora de ruturas em relação ao passado, e que passa pela interiorização de uma forte consciência ecológica e ambiental dos cidadãos, num processo que deve efetivar-se das bases para o topo”, referiu.

Isabel Loureiro e Carlos Ribeiro, da Estrutura de Missão Guimarães 2030, apresentaram os últimos desenvolvimentos do trabalho realizado, enfatizando o “foco no cidadão”. Exemplo deste foco foi a auscultação massiva e rápida realizada aos alunos das escolas secundárias e a cidadãos, que permitiu recolher 408 ideias e estabelecer 235 compromissos. “Hoje, o cidadão já nos procura”, disse Isabel Loureiro. Uma das conclusões do trabalho realizado permite dizer que foi já atingida uma importante maturidade no sistema de governança ao nível da capacidade técnico-científica.

 

A vice-presidente Adelina Pinto, responsável política pela Estrutura de Missão Guimarães 2030, nas considerações finais, considerou ter-se tratado de uma reunião profícua, revelando que Guimarães procura sempre fazer diferente, inovar, sendo essa inovação o que pode ser distintivo. “Guimarães, como cuidadora da Casa Comum” foi também um dos motes que saiu desta reunião, a partir de uma ideia do Professor Mohan Munasinghe de “consenso social”. Consenso não no sentido de unanimidade, mas no sentido da definição das prioridades da vida em sociedade.

Domingos Bragança encerrou a sessão de trabalho, dizendo: “agrada-me a ideia de uma cidade, um planeta, e queremos, sem prejuízo do que está em curso no momento, perseguir esse objetivo”, disse, aludindo a uma prática de vivência quotidiana que permita não gastar mais recursos do que os que são proporcionados pela natureza, no período de um ano.

 

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