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Liquidar Dívidas: É Possível Pagar Um Crédito Com Outro?

Reduzir os encargos mensais pode passar por liquidar uma parte das suas prestações ao banco. Saiba o que ter em conta no momento de amortizar dívidas.

Os últimos tempos têm sido marcados pelo aumento generalizado de preços e pela perda de poder de compra para a maioria dos portugueses.

 

Como as prestações ao banco representam uma grande fatia das despesas, a possibilidade de amortizar os créditos é cada vez mais atrativa, para tentar reduzir a prestação mensal.

 
 

O Governo ordenou, inclusive, que até ao final de 2023 não existirão penalizações para amortizar um crédito habitação, com taxa de juro variável, devido à escalada da Euribor que temos presenciado.

Mas existem várias questões a ter em conta quando se pensa em liquidar um crédito pessoal ou um crédito habitação. Será que vale a pena? Quais são as implicações? Existem alternativas para baixar a prestação sem amortizar?

 
 

É vantajoso liquidar um crédito ao banco?

Antes de mais, é importante saber quais são as vantagens de pagar um empréstimo ou parte dele antecipadamente, antes do final do contrato inicial.

 

O principal ponto a favor de amortizar crédito é a redução da mensalidade que tem ao banco.

Quando reembolsa a instituição, está a reduzir o seu MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor), isto é, o montante total em dívida à entidade. Isto reflete-se numa prestação mais baixa, ao longo do tempo, e também numa carga menor de juros a pagar.

 

Por norma, o ideal é liquidar primeiro os créditos com a taxa de juro mais elevada, para minimizar o impacto de ter este compromisso com o banco.

Mas nem todas as amortizações compensam. Primeiro, porque terá de pagar uma taxa sobre o valor total que irá reembolsar. Num crédito pessoal, falamos de entre 0,25% e 0,5%. Já no crédito habitação, a comissão pode chegar aos 2% em contratos com taxa de juro fixa.

 

Segundo, porque se fizer as contas, irá perceber que em créditos com valores mais elevados, uma amortização pequena poderá fazer uma diferença de apenas uma ou duas dezenas de euros.

Por isso, o ideal é calcular qual será o impacto de amortizar na sua prestação mensal, para perceber se vale a pena avançar, aguardar por um pé-de-meia maior ou procurar uma alternativa.

É possível pedir um crédito para pagar outro crédito em vigor?

Numa situação em que pretende liquidar urgentemente um empréstimo, mas não tem capital próprio para amortizar, pedir um crédito extra para o fazer pode parecer uma boa opção.

Um exemplo é pagar uma dívida de cartão de crédito recorrendo a um crédito pessoal.

Ainda que faça sentido se a taxa de juro do novo crédito for mais baixa do que a do atual, não é aconselhável acumular dívidas ao banco.

Para além de estar a agravar a sua taxa de esforço, e de ser mais difícil que o banco aprove o seu pedido, corre maior risco de sobreendividamento em caso de desemprego, doença ou outros imprevistos pessoais.

Não tenho poupança para amortizar crédito. O que fazer?

Então, quais são as alternativas para ter uma prestação mais baixa, quando não existe uma poupança à qual recorrer? O crédito consolidado é uma boa opção, neste caso.

Se tem mais do que um crédito ao banco, pode consolidá-los, isto é, juntar as várias mensalidades numa só, com um contrato de financiamento a uma única entidade.

Ao fazê-lo, vai deixar de pagar vários créditos, para passar a pagar uma prestação mais reduzida, com um prazo de pagamento maior e uma taxa de juro mais vantajosa.

A poupança pode chegar aos 60%, o que significa maior liberdade financeira e uma taxa de esforço mais baixa, o que pode facilitar também novos pedidos de crédito.

A consolidação é bastante flexível. Imagine que tem um cartão de crédito e um crédito pessoal com a Wizink, mas ao procurar, verifica que não existe um crédito consolidado Wizink.

Pode solicitar um crédito consolidado noutra instituição. Esta irá liquidar na mesma as suas dívidas, sendo que o cliente passará a pagar apenas uma mensalidade a esta última entidade.

Para além de consolidar, também pode optar por transferir o seu crédito habitação para um banco que lhe dê melhores condições do que as atuais, ou até mesmo renegociar o atual empréstimo com a sua entidade.

No final de contas, é uma questão de analisar qual será a melhor solução no seu caso específico, tendo sempre em conta a sua capacidade financeira.

Deve canalizar todos os esforços para evitar entrar em incumprimento das suas responsabilidades.

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