Orquestra Parkinsound apresenta concerto “ON”
Pedro Santos, músico, e Margarida Rodrigues, médica neurologista, voltam a reunir a Parkinsound para um Concerto ON. Trata-se da primeira orquestra mundial composta por músicos que, na sua maioria, aprenderam a tocar instrumentos musicais já depois de lhes ter sido diagnosticada doença de Parkinson.
O concerto ON tem entrada livre – com bilhetes limitados aos lugares existentes – contando com apoio financeiro da Câmara Municipal de Braga, desde o primeiro dia, bem como da Caixa Social. Conta também com o apoio de vários parceiros: Espaço Vita, no auditório; Conservatório Bonfim, na música; CNS Campus Neurológico, na ciência; agência Wonder\Why, no branding.
Pedro Santos é o responsável pela direcção artística. Margarida Rodrigues, pela direcção clínica. Ambos são os fundadores desta orquestra pioneira, que cruza a investigação médica com a música.
O concerto serve também de lançamento da nova marca da Orquestra Parkinsound, criada pela Wonder/Why. O novo símbolo representa a fusão entre o tremor incapacitante de mãos e o movimento artístico das mãos de um maestro. Revela a capacidade que a orquestra tem de transformar o tremor da doença em música e esperança. O vermelho, escolhido para o símbolo, é a cor que identifica a luta contra esta doença, a nível mundial.
A Parkinsound nasceu há cerca de quatro anos, quando Margarida Rodrigues, médica especializada na doença de Parkinson, teve a ideia de usar uma orquestra comunitária para tentar recuperar os seus doentes – no ânimo e na mobilidade possível.
Parecia uma ideia absurda. Estes doentes não parecem os candidatos ideais para tocarem instrumentos. A doença de Parkinson é conhecida por ser incurável, degenerativa e estar associada à lentidão, rigidez, tremor e diminuição do controlo dos movimentos. Uma vez diagnosticada, é recebida com medo, por ser progressivamente incapacitante. O que inviabiliza tocar um instrumento – ou não?…
Para Margarida Rodrigues a resposta é não. Participar numa orquestra seria um desafio cognitivo estimulante. Implica tocar um instrumento, seguir instruções, estar atento… ou seja, efectuar multitarefas. Valia a pena acreditar e arriscar.
Margarida incentivou os seus doentes a participarem e contagiou a comunidade científica para desenvolver um estudo sobre o projecto. Pedro obteve o apoio da Câmara Municipal de Braga que apoiou o projecto financeiramente e cedeu as instalações. Os primeiros ensaios pareciam caóticos. Muitos doentes desanimaram. Mas, pouco a pouco, começaram a perceber que este era um caos que precedia a harmonia. Instalou-se uma onda de entusiasmo. O concerto era a oportunidade de provarem a si próprios e às famílias que ainda tinham valor.
O primeiro concerto foi um sucesso. Novos concertos foram programados, não só em Braga. Está a ser cuidadosamente avaliada a sua expansão para outros pontos do país. Da análise científica feita, documentou-se melhoria numa escala clínica. O projecto científico foi apresentado em reuniões nacionais e internacionais e foi distinguido com o prémio de melhor trabalho de investigação clínica pela Sociedade Portuguesa de Doenças do Movimento.
A Orquestra Parkinsound é hoje uma embaixadora nacional das potencialidades dos doentes com Parkinson, promovendo o investimento na sua investigação científica e passando a mensagem de que há uma nova vida depois da doença.