Papa diz “Isto é um escândalo! É melhor não ir à igreja, porque vives como se fosses um ateu.”
O texto do «Pai Nosso» aparece no centro do Sermão da Montanha, que abre com as Bem-aventuranças. Jesus coroa de felicidade uma série de pessoas que, no seu tempo – como, aliás, no nosso –, não gozavam de grande consideração: os pobres, os mansos, os que choram, os sedentos de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os artesãos da paz, os inocentes perseguidos.
Deste portal decorado a festa, que inverte os valores da história, sai a novidade do Evangelho. Se uma pessoa tem o coração bom, predisposto para o amor, compreenderá que cada palavra de Deus deve ser encarnada na vida até às últimas consequências, ou seja, até amar os inimigos e rezar pelos seus perseguidores. «Fazendo assim – acrescenta Jesus – tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no Céu». Eis o grande segredo que está na base de todo o Sermão da Montanha: sede filhos do vosso Pai, que está no Céu. O cristão não é alguém melhor do que os outros; bem sabe que é pecador como os outros; é apenas uma pessoa que pára diante da Sarça-ardente, acolhendo a revelação de Deus que já não se esconde sob um nome impronunciável, mas pede aos seus filhos para O invocarem com o doce nome de «Pai». Entretanto, na nossa oração, não façamos como os hipócritas, que multiplicam suas orações ateias, pois rezam a si mesmos, isto é, rezam apenas para ser admirados pelos homens. A oração cristã, pelo contrário, não procura outra testemunha credível senão a própria consciência. Mas, no segredo da consciência, o Pai do Céu vê. E isso basta! No fundo, para sermos atendidos, é suficiente colocar-nos sob o olhar de Deus, lembrar-nos do seu amor de Pai. O nosso Deus não precisa de nada; pede apenas que, na oração, mantenhamos aberto um canal de comunicação com Ele, para nos descobrirmos sempre seus filhos muito amados.