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A propaganda nunca jogou muito bem com a matemática

Ao longo destes dias somos confrontados com notícias sobre a promulgação de apoios sociais no parlamento por todos os partidos que não o Partido Socialista.

 

De um lado, os que se regozijam com a promulgação de tal diploma por parte do Presidente da República e do outro lado, do lado do Partido Socialista, de António Costa e dos restantes ministros o discurso sobre Constitucionalidade ou Inconstitucionalidade da aprovação agora em questão.

 
 

Apenas ouvimos o partido socialista discutir a forma, o método, a legalidade. Em nenhum momento verificamos que o PS se pronuncia sobre a necessidade, ou não, dos apoios sociais aprovados ou da sua justiça.

Vemos a propaganda deste governo apresentar números diferentes todos os dias para estes apoios sociais. Começaram por 36 milhões de euros por mês e já vamos em 40 milhões e, quem sabe, não acabarão em mais uns pequenos milhões por mês. De realçar que com o fim do confinamento estes apoios sociais cessarão.

 
 

Posto isto, analisemos então a questão de fundo. Se estes apoios são justos, se são necessários ou se fazem ou não toda a diferença perante a catástrofe económica que estamos a viver e para a que ainda se aproxima…

Um dos apoios de que falam, é o aumento dos apoios sociais para trabalhadores independentes. Mas expliquemos qual a base deste aumento para se perceber bem o caráter deste Governo Socialista e para os anúncios que fazem. Uma das alterações proposta, foi que o cálculo dos apoios sociais aos trabalhadores independentes teria como base de cálculo os seus rendimentos de 2019 e não os rendimentos de 2020, como tinha estabelecido o Governo sub-repticiamente de forma a calcular os apoios no ano em que a economia esteve parada.

 

E só esta medida explica bem o tipo de gente que temos à frente do nosso Governo no período mais difícil que toda a população portuguesa enfrenta desde que há memória. Ter como base os rendimentos de 2020 para apoiar estes trabalhadores, é dizer-lhes que estão condenados à miséria e à fome. Querer ter como base de referência para cálculo de apoios sociais o pior ano de sempre para estes trabalhadores, em que a economia esteve em recessão, quando não puderam trabalhar, é deitar areia aos olhos de toda uma população. É condenar estas pessoas a receber cerca de 150€ por mês para viver, como muitos casos que conheço.

É apoiar estas pessoas com este valores ridículos e depois anunciar que se apoiaram mais 130.000 trabalhadores. Não revelando nunca o valor do apoio. Ainda ontem António Costa voltou a ter a coragem de utilizar esta tática.
Este é o Governo que avança para a discussão da Constitucionalidade das normas, para que o País se esqueça (e a maioria esquece bastante rápido) a diferença que fazem os apoios agora aprovados na vida das famílias e dos trabalhadores. A velha tática socialista em marcha: discutir o acessório para que não se discuta o essencial.

 

Confesso que me faz muita confusão, que me agonia mesmo, que ainda existam milhares, milhões de portugueses que ainda sejam enganados por esta máquina de propaganda. É incrível.

Antonio Costa Primeiro Ministro
Foto: Miguel A. Lopes-Lusa

O desemprego atinge novamente máximos assustadores: 432 mil desempregado em Fevereiro, ao mesmo tempo que o número de beneficiários de prestações de desemprego caiu em fevereiro para 241.683. Ou seja, a taxa de cobertura destas prestações, o rácio entre o número de pessoas que recebem prestações de desemprego e os desempregados registados nos centros de emprego, que atingiu um máximo de 60% em dezembro de 2020, está em queda desde o início do ano, situan­do-se em fevereiro nos 56%.

 

Pois é… A propaganda nunca jogou muito bem com a matemática.

Num período sensível, vemos cada vez mais a Segurança Social a virar as costas aos portugueses e o tal Governo que virou a página da austeridade a atingir a maior carga fiscal de todos os tempos no ano de pandemia. Se isto não dá direito a Óscar, não sei o que dará.

E ao mesmo tempo que tenta criar uma crise política pela aprovação de cerca de 360 milhões em apoios às empresas e às famílias, ao mesmo tempo aprova cerca de 700 milhões de euros para o Novo Banco e cerca de 3,7 mil milhões de euros para a TAP.

Questionado ontem o Ministro das Finanças sobre o facto de o Governo para a TAP ter aprovado um apoio de mais do dobro do que aquele que deu a TODAS as outras empresas portuguesas no apoio à pandemia, o Ministro das Finanças disfarça e responde bugalhos.
Este é o País que temos, o Governo que escolheram os portugueses.

Ao mesmo tempo que os portugueses mendigam mais umas pequenas migalhas de apoio, quando muitos ainda não podem sequer trabalhar, assistimos à festa nacional das obras públicas por parte do Ministro que em Dezembro de 2011 dizia:

Ontem foi a rodovia e o novo plano TGV. Mais os 3,7 mil milhões que vão para a TAP nacionalizada para que voltemos todos a pagar como gente grande, com a promessa de que em 2025 a TAP voltará a dar lucro.

De 2010 a 2020 a TAP deu um ano lucro. Sabem de quanto foi esse lucro? 22,5 milhões de euros… Com esse lucro a TAP demoraria 164 anos… Sim, 164 anos a pagar o que os contribuintes lá colocaram agora… sem falar nas injeções de vil metal que vem sentindo ao longo dos anos.

Isto com a desculpa de que a TAP é essencial ao País como dizem, quando na verdade mais não é do que uma empresa com cargos bem remunerados, com bons negócios (atas), com empregos para distribuir e que apenas servem meia dúzia, quando na verdade é uma empresa que presta serviços que poderiam ser prestados por qualquer outra empresa privada e que não precisamos de continuar a manter.

716 € pago por cada português ativo, é quanto custa mais esta falsidade que vendem aos portugueses todos os dias.
E depois o problema é a constitucionalidade dos apoios sociais.
Essencial ao País, é ajudar os portugueses. Mas pelos vistos a inconstitucionalidade desses valiosos 40 milhões é que mais interessa a esta gente.

Mas como se vê… O português tem aquilo que escolhe… e bate palmas…

Até para a semana.

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