APMEDIO RESPONDE À CCPJ: Defesa da ética jornalística face a acusações infundadas
A Associação Portuguesa de Media Digital (APMEDIO) vem, por este meio, reagir ao comunicado publicado recentemente pela Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) no seu site oficial, no qual são dirigidas à nossa Associação acusações que consideramos infundadas e desproporcionadas.
Desde já, lamentamos profundamente a interpretação errada da CCPJ relativamente à nota interna de acesso restrito divulgada no site da APMEDIO.
Esclarecemos que a referida nota é exclusivamente destinada a profissionais que fazem do jornalismo a sua principal função. Trata-se de uma comunicação interna com caráter meramente informativo, sem qualquer intenção de ser transformada em comunicado ou divulgada para o exterior, como acabou por acontecer. Esta interpretação equivocada motivou o ataque público injustificado que repudiamos veementemente.
Contradições na posição da CCPJ
No seu comunicado, a CCPJ afirma que, e citamos:
“A procura da credibilização através do jornalismo para procurar transmitir mensagens de natureza comercial e/ou promocional pode ser legítima para os profissionais do ‘marketing’, mas os jornalistas e restantes detentores de títulos emitidos pela CCPJ têm o dever legal de ‘recusar funções ou tarefas suscetíveis de comprometer a sua independência e integridade profissional’ (artigo 14.º, n.º 1,alínea c) do Estatuto do Jornalista).”
É incompreensível que a CCPJ, ao mesmo tempo que emite este tipo de declarações, permita práticas que contradizem claramente os princípios
defendidos no próprio Estatuto do Jornalista. Um exemplo evidente são os casos da NIT e da New In, plataformas mediáticas onde jornalistas detentores de carteira profissional produzem conteúdos comerciais e promocionais. A APMEDIO sabe que várias queixas foram apresentadas à entidade responsável pela emissão de títulos, mas, até à data, nada foi feito. Esses profissionais continuam a atuar de forma contrária ao que a CCPJ define como sendo o dever ético e legal do jornalismo.
A mudança de nomenclatura em cartões de outras associações
Outro ponto que merece reflexão é a postura da CCPJ perante situações semelhantes em outras associações. Em tempos, foi reportado à CCPJ que certas associações usavam, nos seus sites, a designação “Cartão PRESS” para
identificar os seus associados. Após o alerta da APMEDIO, essa designação foi alterada para “Cartão de Associado”, o que demonstra que a nossa Associação está atenta e procura garantir boas práticas. No entanto, questionamos a inércia da CCPJ perante esta e outras questões, sem nunca prestar esclarecimentos objetivos sobre os seus critérios de avaliação.
Por fim, gostaríamos de saber da CCPJ qual as funções reais dos títulos TPE e CO, uma vez que nos parece que o comunicado desta entidade não é claro quanto à função dos detentores desses dois títulos, sabendo de antemão que os CO são Cartões de Colaboradores que colaboram com meios de comunicação social.
A APMEDIO reitera o seu compromisso com a transparência, o rigor e a defesa da ética jornalística. Não admitiremos ataques públicos infundados que coloquem em causa a integridade da nossa Associação ou dos profissionais que representamos. Exigimos uma reavaliação por parte da CCPJ sobre as suas declarações e práticas, com base na imparcialidade e na isenção que deve nortear a sua atuação.
Continuaremos a defender os interesses do jornalismo digital e dos seus profissionais, sempre com a ética e a verdade como pilares fundamentais da
nossa missão.