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Arcebispo de Braga afasta padre incluído na lista de alegados abusadores entregue pela comissão independente

A Arquidiocese de Braga emitiu um comunicado a anunciar o afastamento de um padre, e de um outro que já estava com uma medida disciplinar em vigor.

 
Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro

Da lista com oito nomes dos alegados abusadores entregue pela comissão independente ao Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, referidos nos testemunhos recolhidos pela comissão independente e depois de uma averiguação inicial, foi possível concluir, segundo a Arquidiocese de Braga que:

 
 
  • Três dos nomes referenciados correspondem a sacerdotes já falecidos.
  • Um dos nomes não corresponde a nenhum sacerdote da Arquidiocese de Braga, nem se encontra nos arquivos da Arquidiocese qualquer referência a seu respeito. A investigação será aprofundada, tendo sido pedida mais informação à Comissão Independente.
  • Um dos nomes diz respeito a um sacerdote que foi alvo de um processo civil, tendo sido absolvido.
  • Um nome corresponde a um sacerdote que foi alvo de um processo canónico por abuso sexual de menores já concluído e que resultou na aplicação de medidas disciplinares em vigor. Se se verificar que os testemunhos recolhidos pela Comissão Independente configuram novos factos, será iniciado um novo procedimento canónico.
  • Um outro nome corresponde a um agente pastoral, que por falta de elementos de identificação não foi ainda possível identificar, estando em curso diligências nesse sentido.
  • Um último nome diz respeito a um sacerdote que, depois de um diálogo com o Senhor Arcebispo, foi afastado preventivamente do exercício público do ministério sacerdotal.

Segundo o comunicado emitido “A decisão cautelar de afastar preventivamente o sacerdote em causa não prejudica o princípio da presunção de inocência. Trata-se de aplicar as linhas orientadoras de ação da Igreja em matéria de abusos sexuais de menores, em conformidade com o Vade-mécum sobre procedimentos relativos a casos de abuso sexual de menores cometidos por clérigos.”

A Arquidiocese de Braga na nota emitida reafirma o ” compromisso em acolher e escutar as vítimas, tratando todos os casos com critérios inequívocos de transparência e justiça, contribuindo assim para a máxima reparação possível do mal sofrido. Sabemos que pedir perdão não é suficiente. São-nos pedidas ações concretas. Neste sentido, uma equipa de profissionais está disponível para oferecer apoio psicológico, psiquiátrico, jurídico e espiritual a todas as vítimas que solicitem este serviço. Comprometemo-nos com a promoção de uma cultura de cuidado e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para prevenir futuros casos de abuso.”

 
 

A Arquidiocese de Braga finaliza o comunicado reiterando “Apelamos, mais uma vez, a todos os que possam ter sido vítimas de qualquer espécie de abuso sexual em alguma paróquia ou instituição da Arquidiocese de Braga, e que ainda não deram voz ao seu silêncio, que contactem a Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis (comissao.menores@arquidiocese-braga.pt ou 913 596 668). Estamos disponíveis para escutar e acolher.”

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas. Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.

 

Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.

No relatório, divulgado em fevereiro, a comissão alertou que os dados recolhidos nos arquivos eclesiásticos sobre a incidência dos abusos sexuais “devem ser entendidos como a ‘ponta do iceberg’” deste fenómeno.

 

A comissão entregou aos bispos diocesanos listas de alegados abusadores, alguns ainda no ativo.

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