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“Arpão” no Rio de Janeiro

Rio de Janeiro, Brasil
7 de Maio de 2023

 

Pelas 10h00 da manhã de Domingo, 7 de Maio de 2023, o NRP Arpão (S161), da classe “Tridente” da Marinha Portuguesa, entrou na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, Brasil, que atravessou, rumo à Base de Submarinos Almirante Castro e Silva, na Ilha do Mocanguê, em Niterói, onde aportou, com apoio dos rebocadores, “C. Cobre”, “C. Níquel” e “F. Andreis XI” , e onde foi recebido pela Marinha do Brasil.

 
 
Foto editada a partir de vídeo RTP, Rádio e Televisão de Portugal

O NRP Arpão chega ao Brasil após uma travessia de 20 dias do Oceano Atlântico, com o Almirante Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo, Chefe de Estado Maior da Armada e submarinista experiente (navegou, entre 1985 e 1992, nos submarinos Albacora, Barracuda e Delfim), a integrar a guarnição, tendo partido do Mindelo, em Cabo Verde, a 17 de Abril de 2023 e, antes, da Base Naval de Lisboa a 4 de Abril de 2023. O NRP Arpão ficará no Rio de Janeiro até 12 de Maio de 2023 – um total de 6 dias de presença, durante parte dos quais irá participar em troca de experiências com a Força de Submarinos da Marinha do Brasil, sob comando do Contra-Almirante Manoel Luiz Pavão Barrosos, e cujas origens remontam a 1914. Esta força é actualmente composta por 5 unidades ao serviço (3 da classe Tupi, 1 da classe Tikuna e 1 da classe Riachuelo).

Sob comando do capitão-de-fragata Taveira Pinto à frente de uma guarnição de 35 militares, o NRP Arpão está numa missão, como Força Nacional Destacada, que o irá levar ao longo de mais de 120 dias, de 2 500 horas de navegação e percorrendo 13 000 milhas náuticas, a Cabo Verde, ao Brasil, à África do Sul (10 de Junho), a Angola e a Marrocos, regressando a Lisboa em inícios de Agosto de 2023. Trata-se da primeira vez que um submarino da Marinha Portuguesa cruzou a linha do Equador e que estará envolvido numa missão desta magnitude.

 
 

Após uma revisão intermédia do seu ciclo de vida, a cargo do Arsenal do Alfeite, S.A., entre 2019 e 2021 (a primeira revisão intermédia de um submarino desta classe realizada em Portugal), e tendo participado em Abril e Maio de 2022 na Operação “Sea Guardian” (sob a égide da NATO) e na Operação “EUNAVFOR MED IRINI” (sob a égide das União Europeia), ambas no Teatro de Operações do Mediterrâneo, o NRP Arpão participa agora desta forma na “Iniciativa Mar Aberto 23.2”, no Atlântico Sul.

Esta iniciativa visa desenvolver a cooperação e presença naval no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), das Presenças Marítimas Coordenadas no Golfo da Guiné e da Iniciativa “5+5 Defesa”, com Marrocos. As comemorações oficiais do dia 10 de Junho de 2023, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, terão lugar na Cidade do Cabo, na África do Sul, com a presença do Presidente da República Portuguesa e Comandante Supremo das Forças Armadas – onde o NRP Arpão estará também presente, acompanhado de outros meios da Marinha Portuguesa.

 

A Iniciativa Mar Aberto realiza-se com sucessivas missões, desde 2008, envolvendo a presença regular de meios navais da Marinha Portuguesa em acções de cooperação no domínio da defesa e da segurança marítima junto das nações parceiras da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e das Presenças Marítimas Coordenadas da União Europeia (PMC–UE), como especial foco na região da Costa Ocidental Africana e do Golfo da Guiné.

Construído pela Howaldtswerke-Deutsche Werft GmbH (HDW), em Kiel, na Alemanha, o NRP Arpão entrou ao serviço da Marinha Portuguesa em 22 de Dezembro de 2010. Desloca 2 020 toneladas submerso, com um comprimento de 67,7 metros e um boca de 6,35 metros, capaz de uma velocidade, submerso, de 20 nós (37 km/h), com um alcance operacional de 12 000 milhas náuticas (22 000 km).

 

Com uma guarnição base de 33 elementos (7 oficiais, 10 sargentos e 16 praças), está armado com 8 tubos lança torpedos de 533mm (4 deles aptos ao lançamento de mísseis UGM-84L “SubHarpoon”). Transporta até 12 torpedos WASS Blackshark. Pode ainda transportar 10 militares adicionais de unidades de operações especiais, designadamente operacionais do DAE (“Destacamento de Acções Especiais”) do Corpo de Fuzileiros.

Foto editada a partir de vídeo RTP, Rádio e Televisão de Portugal
Artigo publicado em parceria com “Espada & Escudo”

 

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