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ARS Norte reconhece Boa Prática Clínica do Hospital de Guimarães na gestão do paciente COVID

ARS Norte reconhece Boa Prática Clínica do Hospital de Guimarães na gestão do paciente COVID grave e complexo: Estratégia clínica reduz em 70% a necessidade destes pacientes ocuparem camas de Cuidados Intensivos

 
Guimaraes
Imagem Facebook do Hospital de Guimarães/DR

Na cadeia de tratamento diferenciado dos pacientes infetados pelo SARS_COV_2 e face à
progressão da incidência da doença no nosso país, assistimos a um progressivo esgotamento dos recursos de camas de Nível III (Cuidados Intensivos) para suportar pacientes com necessidade de ventilação mecânica.

 
 

Para tornar mais eficiente o tratamento dos pacientes graves com COVID19 e otimizar a utilização das camas de Cuidados Intensivos (reservando-as apenas para utilização naqueles pacientes graves com necessidade de ventilação mecânica), o Hospital Senhora da Oliveira Guimarães aproveitou, de forma diligente, a capacidade, conhecimento e experiência instaladas em ventilação não invasiva, de médicos de outras Especialidades Médicas do Hospital, para estabelecer uma estrutura integrada e diferenciada de tratamento dos pacientes com COVID-19 mais graves.

Para o efeito, estabeleceu uma estrutura de tratamento destes pacientes mais graves e
complexos, num sistema de vasos comunicantes, sob Coordenação do Serviço de Medicina Interna. Essa estrutura inclui 2 níveis de cuidados diferenciados onde os pacientes são alocados de acordo com a sua severidade:

 
 

Uma Enfermaria Avançada de 14 camas, dentro do Serviço de Medicina Interna. Para esta Enfermaria Avançada vêm todos os pacientes que estão a necessitar de quantidades elevadas de oxigénio, ou que iniciam Ventilação Não Invasiva (VNI), mantendo assim a sua capacidade de oxigenação preservada e estabilidade após o início destes tratamentos.

Nesta Enfermaria, otimiza-se o tratamento médico, suporte de oxigenioterapia e VNI, identificando-se aqueles que, não respondendo às medidas tomadas, necessitarão de uma abordagem mais agressiva e monitorização mais apertada, altura em que são transitados para a Unidade Intermédia COVID, o outro eixo da nossa atuação.

 

Uma Unidade Intermédia COVID de 8 camas (situada no piso 2, entre o Serviço de Urgência e a Unidade de Cuidados Intensivos). Articula-se com a Enfermaria Avançada, o Serviço de Urgência e com a Unidade de Cuidados Intensivos. É constituída por 8 camas em espaço aberto, com um balcão de monitorização central, que permite a telemonitorização de todos os pacientes. É coordenada pelo Serviço de Medicina Interna, contando com apoio de 3 Colegas de Pneumologia.


Aqui são colocados os pacientes que apesar das medidas instituídas, registam progressão da sua insuficiência respiratória ou que apresentam instabilidade clínica com potencial rápido de progressão para a necessidade de ventilação mecânica. Está equipada com distintos equipamentos e modalidades de ventilação não invasiva, incluindo oxigenoterapia de alto fluxo (ONAF)

 

Tendo iniciado o seu funcionamento após o início da segunda onda pandémica em outubro de 2020, tivemos longos períodos (em especial nos meses de Novembro e Dezembro) em que toda esta capacidade articulada estava com utilização máxima (22 pacientes sob VNI/ONAF). Numa análise preliminar que fizemos dos primeiros 110 doentes que foram alocados à Unidade Intermédia COVID, podemos dizer que 10% dos pacientes faleceram, 17% tiveram necessidade de ser admitidos nos cuidados intensivos – isto é, 70% dos pacientes com manifestações de gravidade extrema de COVID19 evitaram de progredir para ventilação mecânica em cuidados intensivos.

A existência desta estrutura no Hospital de Senhora da Oliveira Guimarães, com capacidade limitada de camas para ventilação mecânica e de profissionais de saúde que permitam alargar significativamente este tipo de camas (como aliás se passa em todo o país), permitiu tratar melhor os pacientes, evitar a progressão para ventilação mecânica e, ao mesmo tempo, manter a disponibilidade de camas de cuidados intensivos para aqueles que de outra forma não sobreviveriam – evitando a lotação total dos cuidados intensivos e, consequentemente, a necessidade de decisões ética e emocionalmente penosas para os médicos e prejudiciais para os pacientes.

 

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