Ataque á democracia na América : A Invasão do Capitólio
Vários membros do Congresso dos Estados Unidos da América denunciaram hoje uma tentativa de “golpe de Estado” por apoiantes do Presidente cessante do país, Donald Trump, depois de estes terem invadido o Capitólio.
“Estamos a assistir a uma tentativa de golpe de Estado encorajada pelo criminoso da Casa Branca. Está condenado ao fracasso”, escreveu o representante democrata William Pascrell na plataforma Twitter, referindo-se a Trump.
A representante eleita Diana DeGette considerou que “não é uma manifestação”, mas “uma tentativa de golpe de Estado”, acrescentando que é “a anarquia fomentada pelo” Presidente norte-americano.
Os apoiantes do Presidente cessante dos EUA, Donald Trump, dirigiram-se hoje para o Capitólio e entraram em confronto com as autoridades enquanto os membros do congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do Presidente eleito, Joe Biden, nas eleições de novembro.
A sessão de ratificação dos votos das eleições presidenciais dos EUA teve de ser interrompida devido aos distúrbios provocados pelos manifestantes pró-Trump no Capitólio.
Para enfrentar os protestos, e correspondendo ao pedido da presidente da câmara de Washington, Muriel Bowser o governador do estado da Virgínia, o democrata Ralph Northam, anunciou o envio de membros da unidade estadual da Guarda Nacional, assim como 200 membros da polícia da sua unidade administrativa.
Northam recorreu também ao Twitter para anunciar que estava “a trabalhar de perto” com Bowser, com a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e com o senador Chuck Schumer para “responder à situação” na capital norte-americana.
Milhares de manifestantes tinham-se reunido hoje em Washington, protestando e contestando a vitória do democrata Joe Biden.
Num comício em frente à Casa Branca, Trump pediu aos manifestantes para se dirigirem para o Capitólio e fazerem ouvir a sua voz, em protesto do que considera ser uma “fraude eleitoral”, tendo mesmo dito que “nunca” aceitaria a sua derrota nas eleições de 03 de novembro.
Desde então, Trump voltou a pedir aos manifestantes que hoje invadiram Capitólio que se mantenham pacíficos, meia hora depois de uma outra mensagem no mesmo sentido, mas sem apelar ao fim dos protestos.
“Peço a todos no Capitólio dos EUA que permaneçam pacíficos. Sem violência! Lembrem-se, NÓS somos o Partido da Lei e da Ordem – respeitem a Lei e os nossos fantásticos homens e mulheres de azul”, escreveu Trump na rede social Twitter, numa referência aos agentes das forças de segurança.
Pouco mais de meia hora antes, Trump fizera um apelo semelhante na mesma rede social: “Por favor apoiem a nossa Polícia do Capitólio e as forças de segurança. Eles estão verdadeiramente do lado do nosso País. Mantenham-se pacíficos!”.
Minutos depois, agentes de segurança começaram a evacuar escritórios do Capitólio, por razões de segurança e, de seguida, aconselharam a suspensão dos trabalhos na Câmara de Representantes e no Senado.
A polícia da capital dos Estados Unidos usou armas de fogo para proteger congressistas e a AP já tinha dado conta da morte de uma mulher, alvejada no interior do Capitólio. A mesma força adiantou agora que mais três pessoas morreram no hospital.
A polícia também deu conta de que tanto as forças de segurança, como os apoiantes de Trump utilizaram substâncias químicas durante as horas de ocupação do edifício do Capitólio.
A mulher foi alvejada no início da quarta-feira quando a multidão tentou arrombar uma porta barricada no Capitólio, onde a polícia estava armada do outro lado. A mulher foi hospitalizada com um ferimento de bala e morreu mais tarde.
Quatro horas após o início dos incidentes, as autoridades declararam que o edifício do Capitólio estava em segurança.
es policiais tiveram de usar armas de fogo para proteger congressistas, depois de manifestantes pró-Trump terem invadido o Capitólio dos EUA, enquanto eram contados votos do Colégio Eleitoral.
Pelo menos quatro pessoas morreram na quarta-feira na invasão do Capitólio, em Washington, anunciou a polícia citada pela agência de notícias Associated Press
Os trabalhos de discussão da contagem de votos eleitorais ficaram assim, para já suspensos, enquanto canais televisivos transmitem imagens de distúrbios nas escadas do Capitólio.
Vários legisladores, incluindo republicanos, usam as suas contas na rede social Twitter para criticar a ação dos manifestantes, dizendo que não se vão deixar intimidar pela sua presença ou pelos seus apelos para que a contagem de votos do Colégio Eleitoral seja rejeitada.
Lusa