Austrália vai apelar no G20 a ação mundial de responsabilização das redes sociais
O primeiro-ministro australiano disse hoje que vai apelar na cimeira do G20 em Roma a uma ação conjunta mais forte e mais rigorosa para responsabilizar as empresas que gerem redes sociais pelas mensagens aí divulgadas.
Scott Morrison chicoteou as mensagens de assédio e ódio que os utilizadores publicam anonimamente, sem que as redes sociais tomem medidas: “Não é liberdade de expressão, é apenas cobardia”.
O Governo australiano está atualmente a trabalhar para legislar um código de privacidade para redes e plataformas sociais, bem como para outras empresas que gerem dados, que inclui medidas rigorosas relacionadas com requisitos de privacidade, bem como acesso a menores.
Morrison explicou que vai apresentar este projeto de lei no G20, bem como outras medidas anteriores implementadas no país, tais como a criação de uma comissão de segurança virtual para regular as atividades nas redes sociais.
Este problema não afeta apenas a Austrália, mas outros países do mundo, justificou o governante em declarações aos jornalistas antes de iniciar a viagem a Roma.
Morrison recordou os progressos realizados na sequência do manifesto assinado em Paris em 2019 por dez países e gigantes da Internet para tornar mais eficaz a luta contra a divulgação de conteúdos ou mensagens terroristas que incitam ao ódio.
A iniciativa, liderada pela Nova Zelândia e França, seguiu-se ao ataque supremacista nesse ano na cidade neozelandesa de Christchurch que resultou na morte de 51 muçulmanos, depois do autor do ataque ter transmitido ao vivo parte do massacre.
Espera-se também que o primeiro-ministro apresente no G20 um plano para que o país atinja a neutralidade das emissões líquidas de carbono até 2050, no momento em que a Austrália se assume como um dos maiores poluidores do mundo, se forem consideradas as exportações de combustíveis fósseis.