Bicampeões europeus homenageados em Belém
O Presidente da República recebeu esta segunda-feira, no Palácio de Belém, a Seleção Nacional A de futsal, que se sagrou bicampeã da Europa no domingo, meses depois de ter conquistado o Campeonato do Mundo da modalidade.
Após cumprimentar o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, o vice-presidente Humberto Coelho, o Diretor Pedro Dias, o Selecionador Jorge Braz, os jogadores e toda a estrutura de apoio à Equipa das Quinas, Marcelo Rebelo de Sousa destacou a capacidade de luta, a garra e a eficácia da armada lusa, considerando o êxito da equipa “um estímulo para todo o país”.
No Palácio de Belém, o presidente da FPF destacou o espírito de grupo e a força mental dos internacionais portugueses, e elogiou Jorge Braz e a sua estrutura técnica, desejando que o sucesso se estenda à Seleção Feminina A de futsal, que irá disputar o Campeonato da Europa no mês de março, em Gondomar.
Por seu turno, o capitão da Equipa das Quinas, João Matos, frisou que as grandes batalhas são dadas a grandes guerreiros e que os 30 que compõem a comitiva lusa “personificam o que é ser português”. O jogador deixou, também, uma palavra especial para a Seleção Feminina A de futsal e a sua capitã Ana Azevedo, que marcou presença na final do Europeu.
O presidente da República em discurso direto:
“Fernando Gomes tem feito a diferença. Em 98 anos de FPF, tínhamos conquistado 15 títulos europeus e mundiais. Em 10 anos, durante os seus mandatos, conquistámos 15 títulos europeus e mundiais. Tantos como em toda a restante história do futebol português. Fez a diferença. E fez a diferença porque criou um espírito de família, porque preparou, soube organizar as estruturas, escolher as pessoas certas, e não vos largou um minuto. Continuamos a acreditar que até 2024 nos vai trazer mais títulos.
Jorge Braz: eu bem o procurava, mas ele não atendia o telefone. É uma pessoa muito especial. Mistura o ar de tímido, que parece distante, ausente, mas não perde um pormenor do que se passa. Vibra por dentro. Sabe formar o espírito de equipa, sabe alimentar esse espírito junto de cada um de vocês. Mas é verdade que teve a ajuda de Fernando Gomes. De 2011 a 2018, fomos ganhando aos poucos ‘embalagem’ mas não chegavam os títulos. Fernando Gomes soube esperar, acreditar, percebeu que estava a ser feito um trabalho que ia dar frutos. Isto não é muito português. Em Portugal, ao primeiro desaire a ideia é mudar aquilo que se pode. E aqui persistiu-se, insistiu-se e valeu a pena. 2018, o ano passado, este ano: um Europeu, um Mundial, um Europeu. Não caem do céu. São fruto deste trabalho de preparação. Mas só isso não chegava. A preparação é muito importante, mas depois há o instante decisivo em que ou se ganha, ou se perde. E aí fomos muito portugueses. Heróicos nos momentos cruciais.Tinha a certeza que na final íamos virar o jogo. Porquê? Porque Jorge Braz, porque vocês. Campeões em 2018, 2021… iam virar os jogos.
Se na meia-final ouvia os comentários a hesitar um pouco, a serenidade com que acreditavam até era de mais. Aquele golo no último segundo é uma espécie de brinde adicional depois de uma grande exibição. Lutámos, lutámos, lutámos, soubemos esperar, não perdemos a cabeça, mantivemos a motivação, sustentámos a garra, e ganhámos. Isso é um bom exemplo para o país, para as nossas representantes femininas dentro de poucos dias. Mas também para os nossos jogadores que vão lutar pelo Catar. Têm de fazer o que vocês fizeram. É um estímulo para o país.
Estamos a entrar numa fase em que temos à nossa disposição muitos fundos europeus. É fundamental que sejam bem utilizados e a tempo, com rigor, transparência, profissionalismo, eficácia. É uma grande inspiração a vossa vitória. Temos de aproveitar até ao limite. E por isso disse logo ao Jorge Braz: ‘tem de vir cá!’. Já é uma tradição que temos de manter! Só não recebem ainda o que vão receber porque foi tudo muito depressa, mas irão receber aquilo que merecem. Para já, recebem o nosso abraço, o abraço de todos os portugueses. Porque ontem, como ao longo do vosso percurso, Portugal esteve convosco. Os que contribuíram, os jovens, os mais velhos… estivemos, estamos e estaremos convosco. Muito obrigado por mais uma alegria que deram a Portugal”.