Cabeceiras de Basto vai homenagear Frei Geraldo Coelho Dias no V Seminário Internacional “Ora et Labora”
Decorreu no passado sábado, dia 29 de maio, na Casa do Tempo de Cabeceiras de Basto, a apresentação do Livro de Atas do IV Seminário Internacional “Ora et Labora – Refojos de Basto: Natureza e meio natural na vida, linguagens e imaginário da vida monástica”, publicação que regista para memória futura aquilo que foi o IV Seminário Internacional que reuniu conceituados especialistas que abordaram a presença dos Beneditinos em Cabeceiras de Basto.
Estiveram presentes nesta sessão o presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Francisco Alves, os investigadores do CITCEM/FLUP – Centro de Investigação Transdisciplinar “Cultura, Espaço e Memória” da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Cristina Cunha e Pedro Vilas Boas Tavares, vereadores, presidentes de Juntas de Freguesia e membros da Assembleia Municipal, académicos, entre outros interessados e estudiosos das questões ligadas à valorização e defesa do Património Cultural.
Durante esta iniciativa, o presidente da Câmara Municipal, Francisco Alves, anunciou a realização do V Seminário Internacional, sob o tema “Ora et Labora – Refojos de Basto: Leituras, textos e autores beneditinos” que terá lugar nos dias 29 e 30 de julho de 2021 na Casa do Tempo. No decurso desta quinta edição do evento, que é já um marco na Agenda Cultural do Município, a autarquia Cabeceirense vai homenagear Geraldo José Amadeu Coelho Dias – Frei Geraldo – sacerdote e monge beneditino, autor do livro “O Mosteiro de São Miguel de Refojos – Joia do Barroco em Terras de Basto” e de várias obras sobre temas ligados à Religião e Religiosidade Popular, Instituições Religiosas e Monásticas (Beneditinos/Cistercienses).
“Pelo interesse e relevância dos estudos beneditinos publicados, mas também pelos contributos que nos deu, prestamos-lhe uma justa homenagem. Homenagem que é um dever de gratidão para com aqueles que connosco têm colaborado no aprofundamento do conhecimento sobre a nossa história, a nossa cultura, o nosso Património, como é o caso de Frei Geraldo”, disse o presidente da Câmara Municipal durante a apresentação do Livro de Atas do IV Seminário Internacional.
Na oportunidade, Francisco Alves reconheceu e agradeceu toda a colaboração do CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar ‘Cultura, Espaço e Memória’ da Faculdade de Letras da Universidade do Porto – na organização dos Seminários, da Direção Regional da Cultura do Norte pelos valiosos contributos prestados, a todos os oradores convidados que, de uma forma despretensiosa, aceitaram partilhar os seus trabalhos científicos, bem como aos técnicos da Câmara Municipal, na pessoa da coordenadora Fátima Oliveira, pelo trabalho realizado na organização dos diversos Seminários Internacionais realizados.
Coube à investigadora do CITCEM/FLUP, Cristina Cunha, fazer a apresentação da obra, começando por evidenciar que “o património pode ter um papel decisivo nas dinâmicas sociais”.
A professora que fez uma breve alusão a todas as temáticas apresentadas e debatidas durante o IV Seminário Internacional, sublinhou que a publicação “é fruto da dedicação e do muito trabalho realizado”, evidenciando a importância da obra beneditina e do património cultural como “identidade de um povo”.
Por seu turno, Pedro Vilas Boas Tavares, também ele investigador do CITCEM/FLUP e membro da Comissão Organizadora do Seminário Internacional, apresentou mais detalhadamente o programa da 5.ª edição do Seminário Internacional ‘Ora et Labora – Refojos de Basto: Leituras, textos e autores beneditinos’, iniciando a sua intervenção afirmando: “estamos a celebrar o que somos. Somos Basto!”
Enaltecendo o papel da autarquia na organização dos Seminários Internacionais, o que considerou “uma raridade”, Vilas Boas Tavares referiu-se ao programa do Seminário 2021 como um “compromisso” em que se pretende “celebrar o presente e projetar o futuro à luz de uma herança que recebemos”. Referindo que a “ambição é grande”, o investigador destacou que “nos interessa a história e a estória da história”, deixando o desafio de que se “continuem a cumprir os objetivos que temos pela frente”.
Coube ao presidente da Assembleia Municipal de Cabeceiras de Basto encerrar a sessão. Joaquim Barreto começou por recordar o livro da autoria de Frei Geraldo, publicado pela Câmara Municipal em 2009, e a citação que refere que “há dois erros comuns no que diz respeito ao património. O primeiro é pensar que é sobre edifícios, quando na verdade é sobre as pessoas e o que elas investem nos tijolos.
O segundo é pensar que é sobre o passado, sendo na realidade sobre o futuro e o que ficará depois de nós desaparecermos”. Considerando que “é através da sinergia de vontades que temos conseguido muitas das conquistas e proveitos”, Joaquim Barreto deu, como exemplo, “o conhecimento crescente em torno do Mosteiro S. Miguel de Refojos e a criação do Centro de Estudos Beneditinos”, centro este que terá como sede a antiga Livraria do Mosteiro, sob a coordenação de Pedro Vilas Boas Tavares.
Felicitou ainda a Câmara Municipal, as Comissões Organizadora e Científica, bem como todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuem para a concretização destes Seminários que “colocam S. Miguel de Refojos no mapa internacional, conferindo-lhe importância. Estou certo que o trabalho realizado continuará a dar frutos”, salientou.
A concluir o seu discurso, o presidente da Assembleia Municipal deixou uma palavra de “reconhecimento e gratidão para com o Frei Geraldo – um amigo de Cabeceiras de Basto – cujo legado ficará para sempre associado a esta terra, a este Mosteiro Beneditino e à Ordem que professou e devotadamente serviu”. A Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, neste ano de 2021, apesar da pandemia Covid-19 que ainda não deu tréguas, vai dar continuidade ao desígnio de aprofundar o conhecimento sobre a história do Mosteiro de S. Miguel de Refojos, contando para o efeito, à semelhança de edições anteriores, com a experiência e saber de reconhecidos especialistas e investigadores.