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Cartaz misterioso em Lisboa questiona o papel dos políticos

“Ese acordasse amanhã, e não houvesse políticos?” – a pergunta é feita num grande outdoor que foi colocado no início do mês na zona do Campo Pequeno, em Lisboa, e que não passa despercebido a quem passa no local. Trata-se de uma iniciativa do Movimento Gente, que foi criado há cerca de um ano pelo tenente-coronel aposentado, Pedro Tinoco de Faria – assumidamente de direita.

 

Ao Expresso, o militar na reforma explica que o movimento é extra-partidário e tem uma base filosófica e científica, estando mais ligado à neurociência. O objetivo é “moralizar a sociedade” e apresentar uma alternativa com políticas públicas e líderes “mais competentes” com vista à felicidade e ao bem-estar dos cidadãos.

 
 

“Consideramos que a classe política tem conduzido ao declínio civilizacional e não ao progresso. Por isso, propomos que a classe política corrupta e maçónica seja substituída por servidores da nação competentes e ajuramentados com base na literacia política e na meritocracia”, afirma Pedro Tinoco de Faria.

Garantindo que o Movimento Gente é aberto a toda a sociedade e não ao espaço da esquerda ou da direita, o tenente-coronel sublinha que neste momento o movimento está ainda a ganhar massa crítica de pessoas “descontentes”. “A ideia de [criar este movimento] partiu da enorme vergonha em que vivemos atualmente quando, por exemplo, se recorre à ideologia de género e ao clima para distrair a sociedade dos outros problemas. Há uma enorme apatia. Portugal está num pântano e precisa de mudar”, acrescenta.

 
 

Segundo Pedro Tinoco de Faria, o movimento propõe uma mudança da sociedade com base na ordem e na cooperação, precisando o país, na sua opinião, de tecnocratas e de servidores públicos, assim como uma câmara superior ao Presidente da República e aos Tribunais. “Hoje em dia há mais razões para fazer um Golpe de Estado do que antes do 25 de Abril. Mas não defendemos a via violenta, mas sim a via pacífica e popular”, diz perentório.

Nesta altura, o movimento está a apelar a especialistas de várias áreas – Educação, Saúde, Justiça, Segurança, Defesa, Trabalho, Economia, Finanças, Transportes, Ambiente, Território, Autarquias –, para contribuírem para a coordenação das propostas políticas. O futuro poderá passar pela criação de um partido político, adianta Pedro Tinoco de Faria.

 

Questionado sobre as semelhanças das propostas com o Chega, o tenente-coronel admite que concorda com quase tudo o que defende André Ventura e que chegou mesmo a haver uma abordagem por parte de um intermediário que achava que os dois líderes deviam conversar. “Mas neste momento queremos contudo crescer enquanto Movimento Gente, um movimento aberto a toda a sociedade, que não é rácico, nem homofóbico e baseado em lista de direitos e deveres”, garante.

Embora se encontre ainda ainda numa fase embrionária, o Movimento Gente já conta com cerca de cinco mil seguidores nas redes sociais. “Sobretudo pessoas cansadas do sistema”, diz Pedro Tinoco de Faria.

 

IN:EXPRESSO/SIC

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