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Charters de Almeida instala “Jardim Suspenso” no centro urbano de Famalicão

É ao lado de uma das suas obras mais icónicas, os painéis de azulejos que revestem a Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão, que João Charters de Almeida se prepara para instalar a sua próxima criação, a última que realizará no espaço público.

 

A novidade foi avançada esta segunda-feira, 2 de outubro, pelo presidente da Câmara Municipal, Mário Passos, que aproveitou a presença do escultor em Famalicão nas comemorações do 60.º aniversário da Fundação Cupertino de Miranda para anunciar a nova obra de arte de Charters de Almeida no concelho – “Jardim Suspenso”.

 
 

Construída em aço corten e com 5 metros de altura, a obra ficará instalada na Praça D. Maria II, a sul do edifício da Fundação.

Na apresentação da peça que vai nascer no centro urbano de Famalicão, Charters de Almeida, explica que “as sombras projetadas pela escultura são flores enquanto a luz as desenhar” e que este “Jardim Suspenso” “será sempre um sinal de esperança”, apontando a arte como a resposta para as angústias da humanidade.

 
 

“Neste complexo suporte que nos mantém, que se chama Terra, o Homem continua sem resolver o conceito de tempo e, por isso, a angústia está sempre presente no seu subconsciente”, refere, acrescentando ainda que escolheu os jardins da Praça D. Maria II para intervir “pela novidade da sua expressão formal, de ter a presença dos elementos água, luz, flores, árvores”.

O edil famalicense acredita que a nova escultura de Charters de Almeida vem reforçar a importância da Fundação Cupertino de Miranda no centro urbano de Famalicão e que a obra do artista no concelho sairá sedimentada e complementada com este “Jardim Suspenso”.

 

Mário Passos encara a nova peça como “um tratado ao valor da memória e à sua importância de permanecer viva. Um sinal de esperança sempre atual no espaço público a interpelar em permanência o visitante para os valores da arte, da identidade e do humanismo”.

O autarca parabenizou ainda a Fundação Cupertino de Miranda “por estar há 60 anos a elevar o nome de Famalicão e a prestigiar a nossa comunidade” e pelo “trabalho que tão bem tem sabido desenvolver, sobretudo no que respeita à salvaguarda do espólio surrealista português”.

 

Segundo Charters de Almeida esta será a sua última intervenção no espaço público. “Desde 1968 que me sinto ligado a Vila Nova de Famalicão. O tempo não nos afastou. Pelo Contrário. As memórias foram sempre sentidas e cultivadas. O tempo foi passando e as memórias do princípio da minha vida profissional relembraram-me, uma vez mais, que tudo tem um fim”.

João Charters de Almeida nasceu em Lisboa, a 12 de julho de 1935, está representado em museus, fundações e coleções particulares em Portugal e noutros países da Europa, nos Estados Unidos da América, Brasil, Canadá e Japão. Tem trabalhos de grande escala em espaços públicos em Portugal, Bélgica, USA, Canadá e China. Entre eles estão os quatro painéis de azulejos que revestem o exterior da Fundação Cupertino de Miranda. O seu edifício foi inaugurado a 8 de dezembro de 1972. Atualmente acolhe o Centro Português do Surrealismo inaugurado a 1 de junho de 2018.

 

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