Crise Académica de 1969 – 53 anos depois
Faz hoje, 17 de abril, 53 anos que se iniciava a Crise Académica de 1969.
Neste dia, em 1969, época em que Portugal vivia sob o comando do Estado Novo, a Universidade de Coimbra inaugurava o edifício do Departamento de Matemática, que contou com a presença de altas figuras de Estado.
Alberto Martins, o então presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, levantou-se e pediu para falar: “Em nome dos estudantes da Universidade de Coimbra, peço a palavra”.
A oportunidade foi-lhe recusada e aí desencadeou-se a crise académica.
Os estudantes, que já estavam em protesto exigindo a reintegração de professores e a democratização do ensino superior, tomaram conta da sala onde decorria a inauguração. A crise agudiza-se nas horas e dias seguintes com a prisão de vários dirigentes académicos e a ocupação de Coimbra por forças militares e policiais.
Os protestos seguiram com a prisão de vários dirigentes estudantis, greve aos exames, entre outras ações que mostraram o elevado grau de descontentamento dos estudantes face à falta de condições do ensino superior e à forte repressão sob a qual o país vivia.
O Ministro da Educação e o reitor acabariam por se demitir, mas vários estudantes da academia seriam forçados a integrar as forças armadas, seguindo para a guerra do ultramar.
Este foi um passo importante para que, 5 anos depois, Portugal fizesse a ditadura cair a 25 abril de 1974.