Departamento de Química da UMinho destaca o papel da mulher na ciência
O Departamento de Química da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM) associou-se à iniciativa Global Women’s Breakfast (GWB), da União Internacional de Química Pura e Aplicada, com uma tertúlia dinamizada pelos professores João Paulo André, Susana Costa e Fátima Bento sobre os projetos em curso, a sustentabilidade e as mulheres na química.
A sessão ocorreu no auditório da ECUM, em Braga, e evocou ainda o Dia das Mulheres e Raparigas na Ciência e o Ano Internacional das Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável. “É necessário continuarmos a celebrar este dia. O papel da mulher é cada vez mais reconhecido, mas no passado muitos homens apoderaram-se de descobertas feitas por mulheres”, afirmou a professora e moderadora Dulce Geraldo.
No evento focou-se seis projetos do departamento que aliam a química à sustentabilidade, desmistificando consciências. “Na sociedade há por vezes a ideia ‘Não quero coisas com químicos’, mas qualquer medicamento ou as nossas moléculas são entidades químicas”, avançou Fátima Bento. Por exemplo, a Química é utilizada em processos de redução, reutilização, reciclagem e revalorização dos resíduos orgânicos, mas também em tintas com polímeros naturais e líquidos iónicos, em dispositivos dinâmicos coloridos para janelas inteligentes, em produtos de autolimpeza e anti-embaciamento, em biopesticidas e em conservantes alimentares nanoencapsulados baseados em extratos naturais.
Ao contrário de outras universidades, no Departamento do Química da UMinho predominam as mulheres e são elas quem mais concorre a concursos para investigação. “Tudo se conjuga e temos um ambiente muito positivo na inclusão e na presença das mulheres na vida científica”, notou Susana Costa. João Paulo André acrescentou que, na OCDE, a mulher portuguesa é das que está mais representada nas universidades e nas profissões ligadas à Ciência e Engenharia. “O problema é que elas estão na base, ainda não nas lideranças”, realçou. O docente apresentou ainda na sessão o livro “Lições de Química”, de Bonnie Garmus, sobre uma química dos anos 60 que não viu o seu trabalho ser reconhecido.
O GWB comemora a cada ano as conquistas das mulheres na ciência, criando oportunidades para expandir as suas redes de contacto nacionais e internacionais, além de inspirar as novas gerações a prosseguir carreiras na ciência. A edição anterior teve 400 eventos em 75 países.