Dirigentes das IPSS recusam rótulo de ladrões
Os lares e Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) receberam instruções por parte do próprio Governo para vacinar dirigentes contra o novo coronavírus. A informação é avançada pelo ‘Correio da Manhã’ , que adianta que a orientação seguiu através da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).
Segundo a mesma publicação, as instruções que foram dadas consistiam em incluir os «dirigentes ativos» na lista de grupos prioritários para receber a vacina em lares de idosos e Unidades de Cuidados Continuados, tal como confirma Roberto Rosmaninho, representante da CNIS em Braga. Os dirigentes destas instituições recusam ser rotulados de «criminosos», disse, citado pelo jornal.
Também Conceição Marques, diretora do Centro Social de Sande S. Clemente, em Guimarães, sublinha que apenas cumpriu o que lhe foi dito. «Seguimos à risca as orientações que nos chegaram do senhor primeiro-ministro, que indicavam que fossem incluídos utentes, funcionários e dirigentes ativos», revelou, citada pelo ‘CM.
«Foi isso que fizemos ao indicar para vacinação pessoas que consideramos essenciais ao funcionamento da instituição. Não cometi nenhum crime», acrescentou a responsável, assumindo que foi vacinada e que indicou mais quatro elementos da instituição para receberem a vacina.
Há ainda quem acuse António Costa de «fugir às responsabilidades», como é o caso de Albino Carneiro, pároco em Serzedelo e Calvos, na Póvoa de Lanhoso e dirigente de duas IPSS. «O primeiro-ministro que não continue a fugir por entre os pingos da chuva e que assuma que foram essas as diretivas que deu», afirma ao ‘CM. «Não somos ladrões de vacinas, como dizem», acrescenta.
Recorde-se que, nos últimos tempos, muitas têm sido as denúncias de vacinação indevida em instituições. A Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) tem recebido várias denúncias nesse sentido, duas delas na segunda-feira.
