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Encontradas doses perigosas de acrilamida em alimentos à venda em Portugal

A maioria dos alimentos testados pela Associação Defesa do Consumidor (DECO) está abaixo dos níveis de referência para a acrilamida, uma substância potencialmente cancerígena. Mas algumas bolachas tipo Maria, assim como pacotes de batata frita ultrapassam os valores máximos recomendados.
Encontradas doses perigosas de acrilamida em alimentos à venda em Portugal

 

Depois da entrada em vigor, em abril de 2018, do regulamento da Comissão Europeia sobre boas práticas no setor da alimentação, a associação Defesa do Consumidor (DECO) decidiu testar com congéneres de nove países – França, Alemanha, Holanda, Noruega, Bélgica, Eslovénia, Dinamarca, Itália e Espanha – mais de 500 produtos disponíveis no mercado. O objetivo? Avaliar o teor de acrilamida em alimentos que fazem parte do consumo diário dos consumidores. A acrilamida é um químico que se forma em certos tipos de alimentos durante a sua preparação a temperaturas elevadas.
Alimentos queimados ou demasiado cozinhados podem causar cancro. A culpa é da acrilamida

 
 

Segundo a DECO, as categorias analisadas em Portugal foram as batatas fritas de pacote, a batata-doce frita, o café torrado moído, as tostas e as bolachas tipo Maria. “Dos 60 produtos testados em Portugal, apenas duas das 15 amostras de batatas fritas analisadas — Spar e Bouton d’Or (Intermarché) — apresentam níveis de acrilamida acima dos valores de referência. Das 12 amostras de bolachas do tipo Maria, as das marcas Sondey (Lidl), Moaçor, Pingo Doce e Continente também apresentavam níveis superiores”, explica a DECO.

Nenhuma das amostras de café ou de tostas apresentavam níveis superiores de acrilamida aos recomendados pela regulamentação europeia.

 
 

A formação da acrilamida depende de uma série de fatores externos. A DECO repetiu os testes em alguns produtos com uma primeira avaliação negativa. “O novo lote de batatas fritas Spar analisado ficou abaixo dos valores de referência. As Bouton d’Or revelaram estar próximas dos limites. O mesmo aconteceu com as bolachas Sondey (Lidl). As do Pingo Doce, pelo contrário, continuaram acima”, adverte a associação.

As batatas fritas testadas do Auchan, A Saloinha e Dia revelaram teores de acrilamida próximos dos valores de referência. “Quando testámos um novo lote, as batatas Spar revelaram 590 µg/kg em vez dos 1400 µg/kg registados na primeira análise. No caso das Bouton d’Or, os resultados baixaram de 1200 µg/kg para 780 µg/kg. A batata-doce frita não se enquadra nesta categoria, mas considerámos importante analisá-las. Os níveis variam entre 76 e 3300 µg/kg. Impõe-se, por isso, criar uma nova categoria”, frisa a DECO.

 

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