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Ensaio sobre a lucidez

Ensaio sobre a lucidez
De José Saramago
No país que há quatro anos foi assolado pela inexplicável, incurável?, cegueira branca, os 3 partidos pdd, pdm e pde vão a votos. O povo está tranquilo na desculpa da chuva para não ir votar. Ao meio dia aliviou e o povo move-se para depois ir votar. O povo vota em massa, mas em branco.

 

 

 
 

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Cria-se a suspeição, algum líder da manobra tem que existir. O governo some-se para a linha da fronteira. O povo guia-se pelas regras da rotina, e olhem! Reparem! Descobre-se que podem não ser precisos polícias, nem juízes, nem varredores do lixo da câmara, se cada um se responsabilizar pelo seu metro quadrado quando um cobarde governo foge do seu país inexplicado.

Na busca de supostos culpados, parte-se em demanda, esta a cargo de 3 oficiais; há 5 dias para a resolução da dúvida, nunca do problema que a votação em massa pode ter significado.

 

Uma carta não anónima relembra-nos o caos de há 4 anos atrás. Este já estava esquecido que a tragédia quer-se enlutada. Afinal o luto não está feito. Como pode alguém não ter cegado?
Aponta-se uma culpada. Quem vê em terra de cegos só pode ser inconstante culpado, nunca um salvador. Uiva-se de interrogação.

Dói a verdade que se deslinda na consciência. Mais um tiro, mais um último uivo.

 

Mais um texto de génio.

 

 
texto de Heitor Nunes

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