Eutanásia aprovada no Parlamento
O “Sim” venceu num debate que durou mais de duas horas.
Os cinco projetos sobre a despenalização da eutanásia foram esta quinta-feira aprovados no Parlamento. Tal como em 2018 – ano em que a despenalização da eutanásia foi chumbada por cinco votos – cada deputado levantou-se para indicar o sentido da escolha pessoal e não o da bancada que integra.
Os projetos de lei aprovados na generalidade vão descer à comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos Liberdades e Garantias, e um dos proponentes, o Partido Socialista, já anunciou que pretende que uma nova lei esteja concluída antes do verão, em votação final global. Segue-se o chamado debate na especialidade e os partidos vão tentar chegar a um “texto comum”, resultado de negociações relativamente a textos que não são muito diferentes entre si.
As semanas e meses que se seguem darão também tempo aos movimentos pró-vida e anti-eutanásia, com o apoio da Igreja Católica, para recolher as assinaturas – são necessárias 60.000 – e propor no Parlamento uma iniciativa legislativa de cidadãos para um referendo nacional.
A discussão sobre a eutanásia ocupou todo o plenário da Assembleia da República, e concentrou a atenção nas bancadas, galerias, corredores e até fora do Palácio de São Bento. As bancadas parlamentares ficaram preenchidas quase na totalidade, com a saída ocasional de alguns deputados que aproveitam para trocar algumas impressões ou fazer uma pausa para café, com os corredores mais movimentados do que no debate sobre o mesmo tema em maio de 2018.
A acompanhar também o debate estiveram milhares de manifestantes na entrada da Assembleia da República, em protesto contra as propostas de despenalização da eutanásia. “Cuidar não matar” ou “Pare e pense” foram algumas das mensagens escritas pelos manifestantes em cartazes. “Quem somos nós para matar?”, era um dos slogans mais usados no início do protesto.
in: SIC notícias