Exposição na Universidade do Minho assinala os 300 anos do nascimento de André Soares
A Universidade do Minho (UMinho) inaugura na próxima sexta-feira, dia 9 de julho, pelas 19h00, a exposição “Braga no tempo de André Soares. 300 anos do nascimento do arquiteto riscador” que se insere no programa André Soares (1720-1769) comemorações centenárias, promovido pela Câmara Municipal de Braga (CMB). A exposição irá disponibilizar dois itinerários singulares, embora complementares, identificados como “A cidade de André Soares” e “A cidade herdada”. Presentes na sessão de inauguração estarão o reitor e vice-reitora para a Cultura e Sociedade da UMinho, Rui Vieira de Castro e Manuela Martins e a vereadora da Cultura na CMB, Lídia Dias.
Estas celebrações pretendem sinalizar o tricentenário do nascimento do artista bracarense, tendo a inauguração da exposição estado prevista para julho de 2020 e sido adiada, para 2021, devido às restrições impostas pelo contexto pandémico.
“A cidade de André Soares” visa oferecer uma mostra da cidade de Braga em meados de setecentos, quando André Soares (1720-1769) riscou boa parte das suas obras de arquitetura, às quais será dado um particular destaque pelo seu inegável contributo para o património construído bracarense. Por isso, a narrativa foca-se nas caraterísticas do espaço urbano, durante a prelatura de D. José de Bragança (1741-1756), bem como nas obras projetadas por André Soares para variadas clientelas, valorizando-se o modo como o artista as concebeu e riscou. Mais do que uma leitura artística, propõe-se ao visitante uma ‘leitura arqueológica’ das obras, a qual procura desmontar o modo como foram projetadas e restituir os elementos fundamentais que devem ter servido para as construir: as plantas, os cortes e os alçados, que não possuímos, porque se perderam, mas que são fundamentais para perceber o objeto arquitetónico.
Já o itinerário “A cidade herdada” procura fornecer ao visitante uma leitura compreensiva da cidade de Braga no tempo de André Soares, uma vez que ela representa um produto sedimentado de sucessivas cidades, desde a sua fundação romana, onde se inscrevem as marcas de um tempo longo, percetíveis no imbricado das ruas, parcelários e edifícios, heranças devedoras de contextos e de protagonistas que importa conhecer e reconhecer. Assim, realiza-se uma mostra de factos, datas e de protagonistas que consideramos marcantes para a compreensão da cidade setecentista, quer no que respeita ao espaço construído, quer à identidade de Braga. Na verdade, a cidade de D. José de Bragança é incompreensível sem as intervenções urbanísticas de D. Rodrigo Moura Teles (1704-1728) e de D. Diogo de Sousa (1505-1532), que merecem um natural destaque nesta exposição, pela obra, mas sobretudo pela visão que imprimiram à cidade, um reflexo inevitável do seu estatuto e leitura do mundo.
A exposição, organizada em colaboração com a Universidade Católica, Centro Regional de Braga, ficará patente na Galeria do Paço até 5 de setembro.