Exposição “O mundo colorido de Mina Gallos” na Torre Medieval em Barcelos
Abre ao público, no próximo sábado, (23 de abril), pelas 11h00, na Torre Medieval de Barcelos, a exposição “O mundo colorido de Mina Gallos”.
A mostra apresenta uma vasta coleção de peças que se diferenciam pela cor e alegria, criatividade e imaginação. As peças ostentam a etiqueta de Figurado de Barcelos certificado, conferindo-lhe uma mais-valia que garante a qualidade e autenticidade.
Felismina Silva é uma artesã de grande capacidade artística e criativa que engrandece a comunidade artesanal de Barcelos, confirmando assim, mais uma vez, que Barcelos é um concelho criativo e com um sentido artístico singular, justificando a distinção de “Cidade Criativa da UNESCO” e “Capital do Artesanato” em Portugal.
Natural da freguesia de Tamel S. Veríssimo, Felismina Faria da Silva decidiu por opção própria, após terminar o 5.º ano de escolaridade, com apenas 11 anos de idade, ir trabalhar numa empresa cerâmica, a Galante, cerâmica que se dedicava à produção de figurado de molde. Nesta empresa, teve como funções o fabrico de peças e, posteriormente, a pintura. Mais tarde, ainda na juventude, muda-se para a Cerâmica Magrou, onde desenvolve atividades semelhantes às que desenvolvia anteriormente.
Aos 17 anos, a convite de Francisco da Costa Pinto (atual marido), foi trabalhar para uma empresa de porcelanas, a primeira a instalar-se no concelho de Barcelos. Faz carreira nesta empresa.
Em 2015, após o falecimento da mãe, a sua vida sofre uma reviravolta. Felismina, como forma de vencer a perda da mãe, decide pela primeira vez pintar um Galo de Barcelos e publica-o nas redes sociais. Este galo recolhe muita simpatia e gera encomendas. Este momento serviu de motivação para assumir uma identidade própria e um caminho no artesanato barcelense.
Felismina, habituada à delicadeza e à perfeição das porcelanas, considerava o figurado tradicional demasiado tosco para o seu gosto, mas depressa se apaixonou pelo ofício, tão enraizado no território e na identidade das gentes de Barcelos. A artesã compreendeu que o valor do artesanato não se cinge apenas ao resultado final, mas também às “estórias” e sentimentos de quem criou as peças. É uma arte com forte componente simbólica.