Fafe assinala arranque das obras de reabilitação dos rios Vizela, Ferro e Bugio
Município de Fafe assinalou o arranque das obras de reabilitação dos rios Vizela, Ferro e Bugio com a presença do vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado. Intervenção em cerca de 40 quilómetros de margens envolve a plantação de 28 mil árvores e plantas e um investimento de mais de 1 milhão de euros, financiado na totalidade pela APA. Na ocasião, foi apresentado o projeto de expansão do parque da cidade com ligação à praia fluvial de Calvelos.
O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, marcou presença no ato simbólico que assinalou o arranque das obras de reabilitação, requalificação e valorização dos rios Vizela, Ferro e Bugio. O presidente da Câmara Municipal de Fafe, Antero Barbosa, presidiu à sessão e reconheceu o apoio que tem sido concedido ao Município, tendo anunciado de imediato um novo projeto.
O plano de intervenção nos rios de Fafe, assente em três componentes distintas – hidráulica, ecológica e social -, articulará com uma segunda intervenção entretanto apresentada, e tem por objetivos recuperar a galeria ribeirinha, a funcionalidade dos sistemas naturais, beneficiar o habitat das espécies residentes e autóctones em domínio hídrico, aumentar a atratividade dos espaços fluviais, favorecer e valorizar a paisagem e a biodiversidade e incentivar as pessoas para o contacto com a natureza.
A intervenção contempla um programa de trabalho que estará concluído até final de dezembro de 2023, envolve um investimento de 1 milhão de euros e decorrerá ao longo das margens do rio Vizela (17,5 Km), rio Ferro (13,9Km) e rio Bugio (7,8Km). Entre outras operações, as equipas técnicas vão desenvolver ações de desobstrução dos cursos de água, resolução de problemas hidráulicos, criar escadas para favorecer a circulação das espécies piscícolas. O rio Vizela, que serviu de cenário à apresentação, contará com dois espaços de inundação especial e operações de estabilização de margem com engenharia natural numa extensão de 7,5 Km.
“Aguardava muito por este momento. Esta é uma intervenção muito importante, no principal rio que atravessa o nosso concelho, e que vai permitir devolver as linhas de água, as margens dos rios, às pessoas, para que possam desfrutar da natureza, cuidar da sua saúde e frequentando estes ambientes contribuírem para a sua proteção”, afirmou Antero Barbosa, presidente da Câmara Municipal de Fafe. “Estamos empenhados em envolver a população e desde o início promovemos sessões públicas de apresentação, complementadas com a ação de sensibilização que ainda decorre pelas freguesias e junto dos proprietários. Estamos juntos neste esforço e todos queremos devolver o espaço para usufruto público. Todos têm a ganhar com isso”, acrescentou, salientando que “esta obra aporta uma mensagem de defesa do meio ambiente, da natureza, dos ecossistemas e dos recursos hídricos e a sua importância também deriva do facto de apostar numa intervenção menos artificial, quebrando a «moda» dos passadiços que encaramos como complemento de mobilidade e acesso”.
O vice-presidente da APA, Pimenta Machado não poupou elogios ao Município de Fafe pelo arrojo da sua estratégia de intervenção e, sobretudo, pela visão associada ao projeto de reabilitação dos recursos hídricos do território assente numa perspetiva de conexão da própria cidade à barragem de Queimadela. “Felicito o discurso moderno, com visão, do senhor Presidente Antero Barbosa. Em 2015, o tema nestes rios ainda era a poluição, hoje estamos numa outra dimensão, apesar de algumas ocorrências pontuais e da necessidade de estarmos vigilantes, mas estamos efetivamente numa fase diferente, a da valorização e enriquecimento do património natural existente”, disse Pimenta Machado, “vamos intervir e trabalhar conjuntamente e o desafio que aqui é lançado faz todo o sentido”, acrescentou referindo-se ao projeto de expansão do parque da cidade.
Próximo passo aposta na expansão do parque da Cidade à Barragem de Queimadela
O novo projeto contempla uma ligação entre o Parque da Cidade e a praia fluvial de Calvelos, aproveitando uma extensa área verde que garantirá, em diálogo natural harmonioso, uma linha pedonável direta entre o núcleo urbano (a partir da Praça Mártires do Fascismo), os 15 hectares de parque já existentes e a Barragem de Queimadela.
A possibilidade de sinergia entre a intervenção dos rios e a ligação ao parque da cidade permitirá acrescentar mais 30 hectares de zona verde à coroa urbana e fomentar uma nova perspetiva de visita e integração de pontos turísticos de elevado valor como o são a barragem de Queimadela e o carvalhal de Aboim. Na prática, e a partir do centro da cidade, nascerá a possibilidade de percorrer a pé a nova malha requalificada.
O projeto, que perspetiva um investimento de cerca de 400 mil euros, envolverá a revitalização das linhas de água existentes no parque da Cidade, incluindo a criação de um novo espelho de água no parque da cidade em conexão natural com os já existentes.