Hospitalização domiciliária permitiu tratar mais de 8.900 doentes em casa em 2022
Os programas de Hospitalização Domiciliária (HD) do Serviço Nacional de Saúde (SNS) alcançaram um novo marco em 2022, com quase 9 mil doentes tratados em casa. No total, houve 8.932 doentes a receber cuidados hospitalares no domicílio, um aumento de 20,4% face a 2021, perfazendo 87.747 dias de internamento domiciliário, mais 24,9% do que no ano anterior.
Os programas de HD são um modelo alternativo de hospitalização, que garante assistência médica e cuidados de saúde de qualidade, diferenciados e de proximidade aos doentes nas suas casas, contribuindo, deste modo, para aliviar a pressão dos serviços de internamento dos hospitais e reduzir o risco de infeção e perda de autonomia dos doentes, com maior conforto para os doentes e suas famílias.
São já 36 os hospitais e centros hospitalares do SNS com programas de HD a funcionar, num total de 339 camas no final de 2022, mais 29 do que no ano anterior, o que equivale já à capacidade de um hospital de média dimensão.
Para responder às necessidades destes utentes, as equipas de HD realizaram, em 2022, 113.492 visitas ao domicílio, mais 19% do que no ano anterior, com um tempo médio de permanência dos profissionais de saúde na residência do doente de 37 minutos por visita. Já o número de visitas de enfermagem registou um aumento de 97,2%, somando 318.000 visitas. Ao mesmo tempo, registou-se um aumento de 62% dos contactos não presenciais no âmbito destes programas, tendo totalizado 50.712. O tempo médio de internamento dos doentes em casa foi de 9,9 dias.
Durante um internamento ao abrigo de programas de HD é garantido todo o suporte clínico necessário e adaptado às necessidades individuais, incluindo o suporte farmacológico. São feitos ainda contactos diários para casa do utente, por profissionais de saúde, tal como determinam as boas práticas internacionais, sendo realizado o acompanhamento do doente através de serviço de telemedicina, que agrega voz, imagem e transmissão de dados clínicos em tempo real.
Segundo os dados do Programa Nacional de Implementação das Unidades de Hospitalização Domiciliária, em 2022, as admissões diretas de utentes para HD tiveram um incremento de 68,3% face a 2021.
A HD permite que os doentes que reúnem um determinado conjunto de critérios clínicos, sociais e geográficos possam estar internados no conforto do seu domicílio. É assegurada por equipas de médicos, enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais, entre outros, que garantem o atendimento 24 horas por dia, todos os dias, e fornecem e gerem a terapêutica dos doentes. Os programas de HD garantem mais conforto para o doente, associado a menores taxas de mortalidade, de infeção e redução da probabilidade de reinternamento.
3.º Encontro de Unidades de Hospitalização Domiciliária em Coimbra com presença do Ministro da Saúde
Para assinalar o desenvolvimento desta resposta, o Ministério da Saúde promove hoje, dia 10 de março, o 3.º Encontro de Unidades de Hospitalização Domiciliária. A iniciativa, sob o mote “Compromissos Para Um Desenvolvimento Sustentável”, faz um balanço do desenvolvimento das equipas de Hospitalização Domiciliária e vai permitir debater os principais desafios desta resposta diferenciada do SNS.
A iniciativa, que junta profissionais que se dedicam a esta área em todo o país, tem lugar no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, com a presença do Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e do Secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre.
O encontro decorre das 09h00 às 18h30 e inclui painéis de debate dedicados à Referenciação, Avaliação e Admissão na Hospitalização Domiciliária, Recursos e Diversificação de Serviços em Hospitalização Domiciliária, Modelos de Organização das Unidades de Hospitalização Domiciliária e Continuidade de Cuidados, e Acreditação e Certificação em Qualidade e Normatização.