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Impressões “Nem tudo é preto no branco, nem todo o papel branco reflete a cor que nele dança de vontades…”

Acordei pela ténue macieza de uma super lua no corpo dos lençóis.
Tanta luz que te fere os olhos, tanta luz que me aquece a alma.
Nem tudo é preto no branco, nem todo o papel branco reflete a cor que nele dança de vontades…
Nem todos dançamos a mesma pauta, mesmo que tenhamos as mesmas claves mestras da música de cada um de nós…
Despertei pelo grilo na janela da varanda. Eram despertadores alegres aqueles.
Tanta estridulação que te perturba o sono.
Nem tudo é branco e preto, nem todo o cartão negro simula a luz nele reflectida…
Nem todas as flautas te soam a música, mesmo que tenhamos a mesma capacidade de escutar.
Caminhei pelo dia adiante, e segui pelas folhas estaladiças debaixo dos meus pés.
À minha frente, um viajante apressado levanta-as no samba das rodas da sua malinha de viagem: de repente, o quadro ganha mais cor, há vida naquelas folhas mortas!
Ressuscitamos.

 
texto: Heitor Nunes

 

 
 

 

 
 

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