João Rendeiro foi detido pela Polícia Judiciária na Africa do Sul
A Polícia Judiciária anunciou esta manhã que deteve João Rendeiro, antigo administrador do Banco Privado Português. O ex-banqueiro, sobre quem pendia um mandato de detenção internacional, foi detido na África do Sul durante a madrugada.
Em conferência de imprensa a PJ, anunciou que criou uma equipa para encontrar o ex-banqueiro.
“Constituímos uma equipa interna da Polícia Judiciária composta por três unidades: a Unidade Nacional de Combate à Corrupção, a Unidade de Informação Criminal e a nossa Unidade de Cooperação Internacional, através do gabinete internacional Interpol. Constituímos uma equipa de trabalho que em permanência e reuniões diárias conseguiu encurtar caminho para encontrar esta pessoa [João Rendeiro]”.
Luís Neves, Diretor Nacional da Polícia Judiciária, anunciou que João Rendeiro saiu a 14 de setembro do Reino Unido e entrou na África do Sul a 18 do mesmo mês, e que a Polícia Judiciária já tinha na sua posse o paradeiro de João Rendeiro na altura em que a mulher disse em tribunal onde estava o antigo administrador do BPP.
De 20 a 24 de novembro, a PJ relatou que reuniu com as autoridades da África do Sul e que teve pronta resposta dos oficiais desse país para detetar e deter João Rendeiro. A detenção aconteceu às 7h30, hora do país africano.
“Há mecanismos jurídicos que passam pelas autoridades judiciais, sobretudo pelo gabinete de Cooperação Internacional da Procuradoria-Geral da República, que emitiu um documento de sustentação para juridicamente poder validar, mais tarde, a extradição”, revelou Luís Neves.
A Polícia Judiciária acrescentou que o ex-banqueiro ficou surpreendido com a detenção e que esteve refugiado na zona financeira de Joanesburgo durante algum tempo. João Rendeiro foi detido na região de Umhlanga Rocks, uma zona rica a norte de Durban.
A África do Sul irá decidir agora quando João Rendeiro poderá ser extraditado e regressar a Portugal, sendo que a PJ já confirmou que pode haver extradição neste caso já que foram feitas diligências com as autoridades sul-africanas para esse efeito. A Polícia Judiciária acredita que o ex-banqueiro foi para a África do Sul com ajuda.
A Polícia Judiciária revelou também que João Rendeiro usou várias tecnologias encriptadas durante o tempo que esteve para poder contactar com várias pessoas e poder falar com a comunicação social portuguesa. “Algo que revela que João Rendeiro não se pretendia entregar às autoridades portuguesas”.
João Rendeiro será ouvido no Tribunal Regional de Durban.
A PJ finalizou a conferência relembrando as vítimas de João Rendeiro e que a Polícia Judiciária fez o seu trabalho, “o trabalho das vítimas, dos direitos humanos”.
in: RTP