Mais de 500 animais mortos em montaria causa indignação
Uma montaria que terá decorrido na passada semana, na Quinta da Torre Bela, na Azambuja, está gerar grande revolta nas redes sociais. O abate de centenas de veados e javalis motivou uma reação do PAN que afirma que “matar por regozijo e desporto é desumano” noticia o CM na sua edição online.
Cerca de 540 animais perderam a vida. Entre as espécies estão javalis e veados, segundo revela O Mirante na edição online. Segundo o mesmo meio, foram ouvidos tiros durante todo o dia de quinta-feira, 17 de dezembro. A montaria terá juntado 16 caçadores e foi promovida por uma empresa espanhola, que todos os anos promove ações de caça na Península Ibérica.
O Partido Animais Natureza utilizou as redes sociais para reagir à “matança” em montaria na Azambuja. “As informações que recebemos apontam para 540 animais abatidos numa montaria realizada na quinta da Torre da Bela, Aveiras de Cima, no concelho de Azambuja. Matar por regozijo e desporto é desumano. O PAN tem defendido uma regulamentação apertada para o sector da caça decorrente dos visíveis impactos negativos para a biodiversidade, proteção e bem-estar animal, mas sistematicamente as nossas propostas têm sido rejeitadas”, pode ler-se na mensagem do partido. O PAN promete investigar o caso e exigir responsabilidades sobre o sucedido.
Nas redes sociais circula uma imagem onde estão dezenas de animais mortos no chão acompanhada da legenda “conseguimos novamente! 540 animais com 16 caçadores em Portugal! Um recorde!”.
Entretanto o Instituto da Conservação da Natureza (ICFN) comunicou numa nota enviada esta segunda-feira à comunicação social que “não teve conhecimento prévio desta ação”, que teve lugar numa zona de caça concessionada como Zona de Caça Turística (ZTC) de Torre Bela à Sociedade Agrícola da Quinta da Visitação, SAG, Lda. “Considerando o número de animais abatidos”, o ICFN vai averiguar “os factos ocorridos e eventuais ilícitos” junto da entidade gestora da ZCT.
“O Plano de Ordenamento e Exploração dessa ZTC prevê a exploração do veado e do javali, pelos métodos previstos na lei, onde se incluem as montarias”, explica o ICFN.
Também a Câmara da Azambuja já reagiu a esta situação em comunicado e, tal como ICNF, afirma não ter recebido “qualquer informação oficial relativamente à montaria ocorrida na Quinta da Torre Bela”, a não ser pelas redes sociais. A autarquia refere ainda que para ali se caçar a autorização deve ser dada pelo ICNF e não pela Câmara.
“O Município de Azambuja já avançou com uma comunicação para o ICNF e para o Ministério da Agricultura a solicitar toda a informação sobre o ocorrido, para que estas entidades verifiquem a legalidade desta ação, assim como, a quantidade de animais abatidos e qual o destino dos mesmos”, diz a nota