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Manifestação em Defesa da Região de Barroso vai para a rua no próximo sábado

A população de Barroso – Montalegre e Boticas – vai manifestar-se contra as minas e em defesa da região, no próximo sábado, 22 de Janeiro, pelas 14h30, na Praça do Município, em Montalegre, de onde partirá em arruada por várias artérias da vila.

 
minas

Segundo o comunicado enviado à nossa redação pelas associações Associação Povo e Natureza do Barroso e Movimento Não às Minas – Montalegre, alegam várias razões para esta manifestação.

 
 

Segundo estas associações, “A gravidade da situação actual e futura nos dois concelhos, não pode ficar sem resposta. São 22 contratos já assinados, entre prospecção, pesquisa e exploração, para áreas diferentes da região, num território de apenas 1128 KIms2. Destes, os mais avançados e os que geram maior preocupação são a Mina do Barroso (Savannah), em Boticas; a Mina do Romano (Lusorecursos) e a Mina da Borralha (Minerália), em Montalegre.”

Na última quinta-feira, o Movimento Não às Minas – Montalegre solicitou a todos os partidos concorrentes às eleições legislativas uma tomada de posição sobre a exploração mineira no país e, em particular, na região do Barroso, uma vez que esse assunto foi pouco ou nada abordado nos debates intrapartidários. “As pessoas precisam saber o que pensam e que medidas tomarão os partidos para travarem este atentado ao ambiente, à vida e à saúde das populações, para que assim possam votar em consciência.”

 
 


Estes movimentos acreditam ” que estará para breve a saída de várias decisões relacionadas com a exploração mineira, como sejam: o lançamento da participação pública do Estudo de Impacte Ambiental da Mina do Romano; a decisão sobre o Estudo de Impacte Ambiental da Mina do Barroso e, as conclusões da avaliação ambiental estratégica do PPP do Lítio.”

Importa realçar que este tipo de decisões, que de alguma forma poderão ter alguma relevância em termos eleitorais, costumam, oportunamente, ser tornados públicos poucos dias após a ocorrência das eleições.

 


Os movimentos reiteram “Se os processos avançam nas secretarias governamentais da APA e da DGEG, os protestos na rua também não podem parar.
É preocupante a localização dos projectos mineiros na envolvência de barragens onde é feita captação de água para consumo humano: a Barragem do Alto Rabagão que abastece, a região de Barroso e Alto Tâmega e a Barragem da Venda Nova, que abastece o Vale do Ave. Além disso, o caudal destas duas barragens, inseridas no rio Rabagão, vai desaguar no rio Cávado, em cujo vale existem mais captações, que abastecem, entre outras, a cidade de Braga.


Montalegre e Boticas são concelhos onde as populações se dedicam, maioritariamente, às actividades relacionadas com a agricultura e pecuária. A actividade mineira, devido às suas graves consequências não é bem-vinda a estas terras. A aposta deve continuar a centra-se no turismo, na valorização e transformação dos produtos locais de grande qualidade e em actividades ligadas à natureza. A região de Barroso ostenta o selo de Património Agrícola Mundial. Montalegre insere-se na Reserva da Biosfera do Parque da Peneda-Gerês. Se as minas avançarem, estas duas honrosas classificações poderão perder-se, refere o comunicado destas associações.

 


E continua, “As populações da região sentem que não são ouvidas e a sua vontade não é respeitada. As consultas públicas não são mais que meros procedimentos administrativos para dar cumprimento às leis, pois as sugestões e reivindicações das pessoas e entidades participantes não são tidas em consideração. Além disso, a APA e a DGEG, violando a Lei de Acesso a Documentos Administrativos (LADA), têm sonegado, frequentemente, o acesso a informações constantes nos processos.  


Recentemente, a população de Barroso foi confrontada com a criação de um consórcio entre o Município de Montalegre e a Lusorecursos, no âmbito das candidaturas às agendas mobilizadoras do PRR. O objectivo desta “sociedade” seria a exploração da mina do Romano, indo assim contra a vontade das populações.

 


Perante a gravidade de todas estas situações elencadas, o Movimento Não às Minas – Montalegre e a Associação Povo e Natureza de Barroso, entenderam ser este o momento para mais esta chamada de atenção para a incompatibilidade da exploração mineira com o modo de vida das populações locais, por mais propaganda enganosa que se faça em sentido contrário, com as promessas de emprego, desenvolvimento e rigor ambiental.” finaliza o comunicado.


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