Marcelo demarca-se da “direita persecutória”, Ventura acusa-o de “apaparicar o Governo”
O Presidente da República e recandidato ao cargo, Marcelo Rebelo de Sousa, demarcou-se hoje da “direita persecutória” do líder do Chega e candidato presidencial André Ventura, que o acusou de “estar sempre a apaparicar o Governo”.
Os dois candidatos às eleições presidenciais de 24 de janeiro tiveram hoje um frente a frente aceso, na SIC, em que Marcelo Rebelo de Sousa acabou a afirmar: “Eu sou da direita social, eu não tenho nada a ver com a sua direita. A sua é direita é uma direita persecutória, dos bons e dos maus, é uma direita em que há os justos e os injustos”.
Logo no início do debate, o presidente e deputado único do Chega, André Ventura, considerou que os portugueses valorizam na sua candidatura “a capacidade de rutura, a vontade de fazer uma rutura” e defendeu que “este regime precisa de uma limpeza”.
Marcelo Rebelo de Sousa, apoiado por PSD e CDS-PP, e André Ventura, do Chega, divergiram em quase todos os assuntos debatidos: a prisão perpétua, a libertação de presos durante a atual pandemia de covid-19, a oportunidade da visita do chefe de Estado ao Bairro da Jamaica, no Seixal, há dois anos, e a sua atuação na sequência dos fogos de 2017 e também sobre a não recondução da anterior procuradora-geral da República e do anterior presidente do Tribunal de Contas.
André Ventura referiu-se ao seu adversário como “o candidato que se disse do centro-direita e que passou a desacreditar o centro-direita”, sustentando que “esteve permanentemente ao lado do Governo” do PS chefiado por António Costa.
“Será que alguém de direita que esteja bom da cabeça pode votar Marcelo Rebelo de Sousa?”, questionou.
O Presidente da República contrapôs que é “rigorosamente independente”, não um “líder de fação”, e observou: “Eu respeito que amanhã haja uma maioria de direita que integra o apoio do Chega. Agora tem de respeitar o facto de eu respeitar haver uma maioria de esquerda”.
Marcelo Rebelo de Sousa alegou que o líder do Chega está a usar estas eleições presidenciais como “umas primárias das legislativas”, com “várias agendas ao mesmo tempo”, acrescentando: “Eu não, eu sou Presidente da República, candidato-me a Presidente da República, ponto final, parágrafo”.
Lusa