Marinha Portuguesa com duas lanchas nas Selvagens
Selvagem Grande, Ilhas Selvagens, Região Autónoma da Madeira, Portugal
6 de Setembro de 2023
Em primeiro plano temos, na poita de amarração, o NRP Orion (número de amura 1156), lancha da classe Centauro, comandado pelo primeiro-tenente Fernandes Cabo; e, em segundo plano, o NRP Hidra (número de amura 1154), lancha da classe Argos, comandado pelo segundo-tenente Zegre Parreira; ambos da Marinha Portuguesa e aqui em missão na Selvagem Grande nas Ilhas Selvagens, sub-arquipélago da Região Autónoma da Madeira (RAM), geo-referenciação 30.140553588963673, -15.869108601016759 , ref. https://goo.gl/maps/tJu17FF8xctGJ5My8 , a 6 de Setembro de 2023.
Estes meios da Marinha Portuguesa, tendo partido do Cais Doca Pesca no Funchal, na Região Autónoma da Madeira (RAM), conduziram e suportaram a missão de rendição da guarnição da Selvagem Grande, constituída por dois Policias Marítimos, dois Vigilantes da Conservação da Natureza (afectos ao Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, IP-RAM) e um elemento do Troço do Mar (parte do Grupo 4 do Quadro de Pessoal Militarizado da Marinha, com tarefas de apoio e suporte técnico especializado, com competências que podem ir, entre outros, aos sistemas eléctricos, à maquinaria, à manobra, à logística e ao combate anti-poluição).
Além da missão de rendição da guarnição, estes meios da Marinha Portuguesa executaram aqui a vigilância e patrulha daqueles espaços marítimos sob jurisdição nacional, com especial foco sobre eventuais embarcações envolvidas em possíveis práticas de pesca ou de actividades de imigração ilegal, tráfico de seres humanos ou de estupefacientes.
Desde 21 de Agosto de 2016 que as Ilhas Selvagens são ocupadas em permanência, a partir do Posto da Selvagem Grande, além de Vigilantes da Conservação da Natureza, por um efectivo da Polícia Marítima afecta à Autoridade Marítima Nacional, sob tutela do Ministério da Defesa da República Portuguesa. Este efectivo é uma extensão da Repartição Marítima e do Comando Local da Polícia Marítima do Funchal. A Marinha Portuguesa e a Autoridade Marítima Nacional são comandadas actualmente, e desde 27 de Dezembro de 2021, pelo Almirante Henrique Gouveia e Melo.
Reclamadas, em 1438, a favor da Coroa Portuguesa pelo navegador português Diogo Gomes, as Ilhas Selvagens, de origem vulcânica, correspondem ao espaço territorial mais a Sul da República Portuguesa e à sua mais antiga Reserva Natural, constituída em 1971, e são a maior Área Marinha Protegida (AMP) do Atlântico Norte. As Ilhas Selvagens distam 295 km a Sudeste do Funchal e 190 km a Norte de Santa Cruz de Tenerife, na Ilha de Tenerife, na Comunidade Autónoma das Canárias, Espanha.
São compostas por duas ilhas principais, a Selvagem Grande e a Selvagem Pequena, e por uma série de ilhéus, o maior dos quais o Ilhéu de Fora. A Selvagem Grande, de forma pentagonal, corresponde a uma zona de planalto de 245 hectares, com uma altitude média de 100 metros e o seu ponto mais alto, o Pico da Atalaia, a 163 metros, e o segundo ponto mais alto, o Pico dos Tornozelos, com 137 metros. A Selvagem Pequena ocupa uma superfície de 20 hectares com o seu ponto mais elevado, o Pico do Veado, a 49 metros, onde está localizado um Farol.
A NRP Orion, com o número de amura P1156, é o segundo navio da classe Centauro, construído nos Estaleiros Navais do Mondego, na Figueira da Foz, ao serviço da Marinha Portuguesa desde 27 de Março de 2001. Com um comprimento de 27 metros, uma boca de 5,9m, um calado de 2,8m, e deslocando 94 toneladas, é propulsionada por 2 motores Cummins KTA-50-M2 de 1 800hp cada, que lhe permitem uma velocidade máxima de 26 nós com uma autonomia de 1 350 milhas (aprox. 2 500 km), a 15 nós. Com um guarnição de 1 oficial, 1 sargento e 6 praças, está armada com uma peça Oerlikon de 20mm/65 e com podendo armar duas metralhadoras médias MG-3, calibre 7,62mm, ou 2 metralhadoras pesadas Browning, em calibre 12,7mm (.50) em reparos nos bordos do convés superior à retaguarda da ponte.
A NRP Hidra, com o número de amura 1154, é o quinto navio da classe Argos, construída nos estaleiros da empresa CONAFI – Construção Naval de Fibras, Lda., em Vila Real de Santo António, ao serviço da Marinha Portuguesa desde 16 de Dezembro de 1991. Com um comprimento de 27 metros, uma boca de 5,9m, um calado de 2,8m, e deslocando 94 toneladas, é propulsionada por 2 motores MTU 12V 396 TE84 de 1850 hp cada, que lhe permitem uma velocidade máxima de 26 nós com uma autonomia de 1 350 milhas (aprox. 2 500 km), a 15 nós. Com um guarnição de 1 oficial, 1 sargento e 6 praças, está armada com uma 2 metralhadoras pesadas Browning em calibre 12,7mm (.50).
Artigo publicado em parceria com “Espada & Escudo”