Mergulhadores Sapadores da Marinha Portuguesa em formação e certificação com veículo submarino autónomo “Gavia”
Base Naval de Lisboa, Portugal
3 a 7 de Junho de 2024
Veículo submarino autónomo “Gavia”, operado pelo Destacamento de Mergulhadores Sapadores N.º3 (DMS3) da Marinha Portuguesa, no decurso de acção de formação e certificação de seis dos militares desta sub-unidade especializada em luta anti-minas (“Mine Warfare”, MW), prestada pelo fabricante Teledyne, de 3 a 7 de Junho de 2024, na Base Naval de Lisboa, Portugal.
O militar português na foto está a operar uma unidade de sucção compacta do fabricante norueguês Laerdal, um LCSU 4 (“Laerdal Compact Suction Unit 4”), um equipamento desenhado e certificado originalmente em contexto (para)médico para extracção de fluídos, e aqui usado, sobre a válvula de vácuo no módulo central de comando e comunicações, para extrair ar do interior do “Gavia” e baixar a pressão interna do submarino. Junto ao mesmo militar está um computador portátil Getac, desenhados e construídos para operarem em contextos adversos de riscos de choque, poeira e fluídos. No ecrã, o militar monitoriza a tarefa, consultando a leitura do barómetro interno do “Gavia” para aferir a pressão no interior do mesmo.
Operados pela Marinha Portuguesa desde 2010, os “Gavia” estiveram recentemente em operação em contexto NATO, no Mar Báltico, de 5 a 11 Junho de 2023, no âmbito do exercício “Storm Strike”, onde apoiaram diversas operações de contramedidas face a minas marítimas, bem como diferentes tarefas de identificação, neutralização e inactivação de engenhos explosivos submarinos. A Marinha Portuguesa projecta operar o “Gavia” a partir do submarino NRP “Arpão”, de 9 a 27 de Setembro de 2024, no contexto da 14.ª edição do REPMUS (“Robotic Experimentation and Prototyping Augmented by Maritime Unmanned Systems”, lit. “Experimentação e Prototipagem Robótica Ampliada por Sistemas Marítimos Não Tripulados”), a realizar na Zona Livre Tecnológica Infante D. Henrique (que abrange os concelhos de Sesimbra, Setúbal e Grândola, monitorizada do Centro de Experimentação Operacional da Marinha (CEOM), em Tróia).
O “Gavia”, do fabricante islandês Teledyne Gavia (ex Hafmynd Ehf), é um veículo submarino autónomo (“Autonomous Underwater Vehicle”, AUV) com 20 cm de diâmetro, com 2 a 4 metros de comprimento (conforme os módulos equipados), com um peso de 59 a 130 kgs (idem), capaz de alcançar uma profundidade, conforme as variantes, de 500 até 1 000 metros. Dotado de um propulsor único com 4 superfícies de controlo independentes, com uma velocidade máxima de 5,5 nós, tem uma autonomia de operação até 7 horas. Este equipamento é composto por diversos módulos, cilíndricos, de 20 cm de diâmetro, acopláveis à estrutura horizontal intermédia do mesmo (daí fazendo variar o seu comprimento total). Estes módulos podem ser colocados e retirados de forma expedita em operação de campo, adequando-se às necessidades colocadas pelas missões – que podem compreender a luta anti-minas, a verificação de estruturas subaquáticas (e.g., “pipelines”, plataformas, destroços) e a investigação oceanográfica.
O “Gavia” conta com “modem” acústico, medidor de velocidade do som, sonar anti-colisão, medidores de condutividade, salinidade e profundidade, sonar de varrimento lateral (Sea Scan ARC Scout , da norte-americana Marine Sonic Technology, de dupla frequência 900 / 1800 kHz, optimizada para imagens de alta resolução de objectos de menor dimensão), navegação por GPS e por inércia, câmara de alta resolução e sistema de localização de emergência. Opcionalmente pode ser equipado por módulos desenvolvidos à medida pelo seu operador.
Artigo publicado em parceria com “Espada & Escudo”