Navio russo de investigação científica polar acompanhado ao largo da Madeira e da costa continental de Portugal
Oceano Atlântico, Portugal
6 e 7 de Julho de 2024
Navio de investigação científica “Akademik Tryoshnikov” (“Академик Трёшников”), IMO 9548536, líder da frota de investigação polar da Federação Russa, afecto ao respectivo Instituto de Pesquisa Árctica e Antártida (“Арктический и антарктический научно-исследовательский институт”, ААНИИ), acompanhado ao largo da Região Autónoma da Madeira (a cerca de 85 milhas náuticas a Leste do Porto Santo) e, na foto, ao largo da costa continental Portuguesa (a cerca de 190 milhas náuticas do Cabo da Roca, Lisboa), pelo NRP Zaire, P1146 (a operar a partir do Funchal), navio patrulha da classe Cacine, e NRP Setúbal, P363 (a operar a partir da Base Naval de Lisboa), navio patrulha da classe Viana do Castelo da Marinha Portuguesa, respectivamente a 6 e 7 de Julho de 2024.
O “Akademik Tryoshnikov”, proveniente da Antártida, largou da Cidade do Cabo na África do Sul, a 21 de Junho de 2024 e tem como destino anunciado São Petersburgo, Federação Russa, no Báltico, que deverá alcançar a 15 de Julho de 2024. Navega actualmente, a 8 de Julho de 2024, 13:13 UTC, com rumo 34° (N/NE) , a 14,37 nós, a cerca de 106 milhas náuticas a Noroeste de La Coruña, da Comunidade Autónoma da Galiza, Espanha.
Construído em 2011 pelos Estaleiros do Almirantado, em São Petersburgo, na Federação Russa, e ao serviço desde 2012, esta navio desloca 16 539 toneladas, com um comprimento de 133,53 metros, uma boca de 23,25 metros e um calado de 8,5 metros. Sustentando uma velocidade máxima de 16 nós, com um alcance operacional de 28 000 km, tem um classificação de gelo de nível “Arc 7”. Tem uma tripulação de 60 elementos podem transportar 80 elementos de equipas técnicas e científicas. Está equipado com convés de voo à ré (e com ponto de descarga de carga à vante), e com hangar apto a operar helicóptero (Ka-32 ou Bölkow Bo 105).
Conta com cerca de uma dezena de laboratórios e unidades científicas a bordo, compreendendo componente oceanológica “molhada” e “seca”, hidroquímica, ambiental, hidroacústica, meteorologia sinóptica, unidade de recepção de dados hidrometeorológicos via satélite, central de computação e unidade de carga de gelo. Conta ainda com quatro estações modulares, em “containers”, dedicadas a pesquisas oceanológicas, de gelo, geofísicas, biológicas e atmosféricas.
Entre Dezembro de 2016 e Março de 2017 este navio realizou, numa organização conjunta com o Instituto Polar Suíço, uma expedição de circum-navegação da Antártida, percorrendo 33 463 km e tendo alcançado o ponto de latitude mais a Sul de -74 graus. A designação do navio é uma referência honorífica a Alexey Fyodorovich Tryoshnikov (“Алексе́й Фёдорович Трёшников”), 1914-1991, explorador polar e presidente da Sociedade de Geografia da União de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), de 1977 a 1991, e director do Instituto de Pesquisa Árctica e Antártida de 1960 a 1981.
Foto via Marinha Portuguesa
Artigo publicado em parceria com “Espada & Escudo”