Nova entrada para o Centro de Estudos Camilianos conclui projeto de Siza Vieira
O Centro de Estudos Camilianos de Seide, projetado pelo arquiteto Siza Vieira, oferecerá aos seus visitantes a partir de maio uma nova entrada mais ampla, mais digna e mais bela, percorrida entre jardins mesmo diante da Casa do Nuno, a residência do filho de Camilo Castelo Branco, onde o escritor chegou a habitar numa fase final da sua vida.
A criação da nova entrada representa a conclusão do projeto de Siza Vieira que, para além da construção do Centro de Estudos, envolveu um plano global de valorização do espaço camiliano, com o arranjo urbanístico do Largo de Camilo, construção do Centro Social e Paroquial, requalificação da igreja paroquial e adaptação da Casa do Nuno a sede da Junta de Freguesia.
As obras arrancaram no passado mês de fevereiro e têm um prazo de execução de 90 dias, implicando um investimento municipal superior a 31 mil euros.
De acordo com a memória descritiva, a intervenção engloba a construção de caminhos pedonais em cubo granito azul, a construção de muros de vedação em alvenaria de pedra e a preparação de uma zona ajardinada.
“É o culminar de uma vontade persistente da Câmara Municipal de Famalicão em cumprir o projeto de Siza Vieira, que contemplava para aquele espaço a entrada principal do Centro de Estudos Camilianos”, refere a propósito o presidente da autarquia Paulo Cunha, lembrando que depois de criadas as novas instalações para a Associação Desportiva e Recreativa de Seide S. Miguel (ADERE) que era a proprietária do terreno contíguo ao Centro de Estudos Camilianos, onde está a ser construída a nova entrada, a autarquia conseguiu as condições necessárias para concluir o projeto de Siza Vieira. “É a peça que faltava no Centro de Estudos Camilianos, para se vivenciar aqui um ambiente verdadeiramente camiliano, numa homenagem ao romancista que ali viveu e escreveu grande parte da sua obra”, referiu.
Paulo Cunha elogia ainda “a disponibilidade da ADERE para deixar de lado as questões que são periféricas e colocar no centro questões que são essenciais”.
Refira-se que o Centro de Estudos Camilianos foi inaugurado em 2005 com as presenças da ministra da Cultura de então, Isabel Pires de Lima, a escritora Agustina Bessa-Luís e Siza Vieira. Desde essa altura que a entrada para o equipamento cultural era provisória porque o espaço proposto para a entrada principal estava ocupado pela Adere.
Para além desta obra em prol da valorização da memória de Camilo Castelo Branco, decorrem em Seide as obras de renovação e restauro da Quinta e da Casa dos Caseiros, observando a traça original do edifício. A intervenção insere-se -se na candidatura «Rota Camilo: Valorização da Casa-Museu e Cemitério da Lapa», aprovada no âmbito do programa operacional Norte 2020, sendo cofinanciada através Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). Com um investimento de cerca de 320 mil euros e o prazo de execução de um ano, a obra diz respeito à remodelação, ampliação e arranjos exteriores da Casa de Camilo.