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Operações Especiais de Portugal e Espanha em exercício conjunto

Zaragoza, Comunidade Autónoma de Aragão, Espanha
Junho de 2024

 

Militares da Força de Operações Especiais (FOE) do Exército de Portugal (FOE), formados pelo Centro de Tropas de Operações Especiais (CTOE), e afectos à Brigada de Reação Rápida (BrigRR), em treino conjunto com a “Equipo Operativo 91” (EO91) da “XIX Bandera de Operaciones Especiales de La Legion” (XIX BOEL) do Exército de Espanha, no decurso do exercício “SOF MOBILITY 24”, Junho de 2024, no Centro de Instrução de San Gregorio (“Centro Nacional de Adiestramiento”, CENAD) em Zaragoza, Comunidade Autónoma de Aragão, no Nordeste de Espanha.

 
 
Foto via Exército de Portugal

À esquerda, em plano mais afastado, temos uma viatura táctica ligeira blindada 4×4 URO VAMTAC ST5, em configuração customizada de Operações Especiais, e, em plano mais próximo, uma viatura táctica ultra-ligeira 4×4 da Polaris (Government & Defense) MRZR-2/D2.

A MRZR-2/D2, desenvolvida pela companhia norte-americana Polaris Government & Defense, é uma viatura táctica ultra-ligeira, 4×4, de 2+2 lugares, com uma massa de cerca de 850 kg e capacidade de carga até 450 kg, com 2,87 metros de comprimento, 1,51 metros de largura e 1,87 metros de altura. Pode alcançar uma velocidade máxima de 70 a 90 km/h com um alcance operacional de cerca de 300 km. Pode ser armada com metralhadora (cal. 5,56mm ou 7,62mm) em reparo no posto ao lado do condutor, permitindo fogo em movimento, assumindo um papel de ataque rápido. A variante MRZR-2 é propulsionada por um motor a gasolina de 875 cc e 88 hp, sendo o modelo MRZR-D2 propulsionado por um motor diesel de 993cc e 55 hp. A FOE conta com ambos no seu inventário. A MRZR-2/D2 está ao serviço do Exército Português desde 2018.

 
 

A VAMTAC (acrónimo de “Vehículo de Alta Movilidad Táctico”, lit. “Viatura Táctica de Alta Mobilidade”) é uma plataforma desenhada e construída original desde 1998 pela companhia espanhola URO, Vehiculos Especiales S.A. (UROVESA), com mais de 4 500 unidades produzidas em diferentes sub-modelos e variantes. A VAMTAC ST5 tem uma massa de 3 a 8,5 toneladas, com 4,8 a 5,6 metros de comprimento, 2,1 a 2,8 metros de largura e 1,9 metros de altura, podendo transportar 1,5 a 2 toneladas, com uma velocidade máxima de 135 km/h e um alcance operacional superior a 600 km. A plataforma VAMTAC ST5 está ao serviço do Exército Português desde 2020, que encomendou 139 viaturas em 2018. O FOE conta com 12 viaturas.

A variante de operações especiais desta plataforma conta com um conjunto alargado de alterações e customizações por forma a aumentar a sua flexibilidade em resposta aos contextos dinâmicos e exigentes das missões a que tais forças estão acometidas, em particular: cabina anterior aberta com diferentes opções modulares adaptáveis em campo, reparos para operação de uma metralhadora pesada (cal. 12,7mm), em posição central elevada, e duas médias (cal. 7,62mm), à retaguarda e na posição ao lado do condutor. Os para-brisas e as as laterais da cabina anterior são rebatíveis/amovíveis. Tal como na versão “standard” da ST5 que equipa o demais Exército Português, esta conta também, visíveis na foto na dianteira (ao topo central dos para-brisas) e na lateral anterior direita (em suporte junto às costa do militar de pé), com as plataformas de auto-protecção Rheinmetall ROSY-L (“Rapid Obscuring System – Land”), equipados cada um com 5 lançadores de cargas de 40×280 mm que permitem a criação de cortinas de fumo multi-espectro – com interrupção da linha de vista e componentes de barramento de infra-vermelho e laser (contra sistemas electro-ópticos e armas guiadas). A viatura conta ainda com reforço de blindagem de protecção anti-minas e com plataforma de comunicações avançada de comando e controlo.

 

Fundado como Centro de Instrução de Operações Especiais, (CIOE) a 16 de Abril de 1960 (Decreto-Lei nº42926), é designado actualmente, e desde 1 de Julho de 2006, por Centro de Tropas de Operações Especiais, (CTOE), estando, então e agora, baseado em Lamego, no distrito de Viseu. As primeiras forças nele formadas, com componentes de Contra-subversão, Contra-guerrilha, Operações de Emboscada, Golpe de Mão, Cerco e Limpeza, Acção Psicológica e Assuntos Civis, foram as sub-unidades de Companhias de Caçadores Especiais que embarcariam no Verão de 1960 para o Teatro de Operações da Província Ultramarina de Angola onde entrariam em combate.

Artigo publicado em parceria com “Espada & Escudo”

 

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