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Os 12 cientistas mais citados que trabalham em Portugal. Um é de Vieira do Minho

A compilação Highly Cited Researchers 2020 da Clarivate, uma empresa especializada em gestão de informação científica, apurou um total de 12 cientistas que trabalham em instituições nacionais entre os mais citados pelos diferentes trabalhos de investigação em curso pelo mundo fora. Esta lista de cientistas que trabalham em Portugal foi apurada entre um total de 6167 cientistas que se encontram referenciados no repositório Web of Science e que correspondem ao ponto percentual de investigadores que se encontra no topo dos mais referidos em diferentes teses, monografias, ensaios ou teorias desenvolvidas em diferentes universidades e laboratórios.

 
Manuel Simões

Os EUA dominam nas duas principais vertentes desta compilação: é lá que trabalham 2650 dos autores mais mencionados (41,5% do total) e é lá que se encontram as três instituições com cientistas mais citados: a Universidade de Harvard, o Instituto de Tecnologia do Massachussetts (MIT) e o Instituto Broad.

 
 

Na lista dos investigadores que trabalham em Portugal e que figuram entre os mais mencionados dominam as áreas ligadas à agricultura e às ciências que estudam o ecossistema. As menções estão bem distribuídas do ponto de vista geográfico. A Universidade de Lisboa tem três menções – sendo uma delas apresentada como filiação secundária. Politécnico de Bragança, Universidade do Porto e Universidade do Minho têm nos seus quadros dois autores referidos. Universidade Católica Portuguesa, Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia e Universidade de Évora fecham a lista das instituições nacionais com autores mencionados.

Entre os mais mencionados trabalha Lillian Barros, investigadora do Centro de Investigação de Montanha no Instituto Politécnico de Bragança, que tem dedicado o trabalho ao isolamento de componentes químicos a partir de matérias naturais, na indústria alimentar.

 
 

Também do Politécnico de Bragança vem Isabel Ferreira, mentora do Laboratório Colaborativo MORE – Montanhas de Investigação e que, na Wikipédia, surge não só como autora citada por mais de 24 mil vezes, como ainda é apresentada como a atual Secretária de Estado da Valorização do Interior. Entre os trabalhos levados a cabo, destaque para a extração de ingredientes de valor acrescentado para a indústria alimentar.

É também no desenvolvimento de novos alimentos que tem trabalhado Miguel Ângelo Cerqueira, investigador do Laboratório Internacional Ibérico de Nanotecnologia. A página pessoal do investigador revela que os respetivos trabalhos têm incidido em estruturas nanométricas de base biológica.

 

José António Teixeira é, atualmente, o diretor executivo do Laboratório de Fermentações do Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho e participou em diversos trabalhos sobre novos produtos alimentares: dos gelados que poderão ser benéficos para o coração aos sistemas de reconversão da biomassa.

Da Universidade do Minho vem igualmente António Vicente, diretor executivo do Laboratório de Processos e Indústria do Centro de Engenharia Biológica. Reaproveitamento de biomassa e desenvolvimento de gorduras substitutas de gordura animal são alguns projetos que se destacam no currículo do investigador, que participa em várias iniciativas com o colega José António Teixeira.

 

Nos laboratórios do Politécnico do Porto tem vindo a trabalhar José António Tenreiro Machado. Tem a dinâmica não linear, a computação evolucionária e o estudo da genética as principais áreas de atuação.

Também na Invicta trabalha Manuel Simões, professor do Departamento de Engenharia da Química da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) que tem vindo a estudar diferentes bactérias, fungos e microorganismos para fins farmacêuticos.

 
Manuel Simões

Como o nome indica, Jörg Henseler possivelmente não será um investigador português – mas mantém laços com o país. A segunda filiação do investigador é a Universidade Nova de Lisboa, onde é professor. É investigador na área do desenvolvimento de produtos comerciais e relações com o mercado.

Miguel Bastos Araújo, investigador português que já foi galardoado no passado com o Prémio Pessoa, e que surge mencionado como investigador do Conselho Superior de Investigações Científicas de Espanha, não deixa de referir a Universidade de Évora como segunda filiação. É uma presença assídua nestes rankings, e por isso tem “direito” a página na Wikipedia, que refere que tem mais de 200 artigos científicos publicados. Biodiversidade e alterações climáticas são as áreas de atuação.

Célia Manaia representa não só a Universidade Católica no Porto como ainda a investigação que tem vindo a ser feita em Portugal na área da microbiologia. A reststência de bactérias contra os antibióticos é o principal vetor da investigação.

Também em Lisboa, José Bioucas-Dias trabalhou na área das geociências, é professor no Instituto Superior Técnico e desenvolveu diversos trabalhos na área do processamento de sinal e de imagens, e investigação em aplicações e sensores para a área da saúde. José Bioucas-Dias faleceu recentemente.

Alan Phillips é investigador na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e tem vindo a investigar fungos que geram doenças em plantas. Entre os trabalhos levados a cabo figura o estudo do fungo Neofusicoccum parvum, que está na origem de algumas maleitas que afetam as videiras.

IN: Expresso

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