Por que maio é o mês de Maria?
No mês de maio, milhões de pessoas participam de romarias e peregrinações a santuários marianos, fazem orações especiais a Maria e lhe oferecem presentes, tanto espirituais quanto materiais.
As Aparições de Fátima transformaram a localidade num dos maiores centros do culto mariano no mundo.
As maiores manifestações dos devotos ocorrem a 13 de maio (destaca-se a Procissão das Velas, no dia 12 à noite e a Procissão do Adeus, no dia 13, que encerra as celebrações) e a 13 de outubro.
Veja aqui a procissão de velas organizada pelo grupo CERJOVEM da paróquia de Tabuáças:
Dedicar o mês de maio – também chamado de “mês das flores” no hemisfério norte – a Maria é uma devoção arraigada há séculos. Com sua poesia “Ben vennas Mayo”, das Cantigas de Santa Maria, Afonso X o Sábio nos revela que esta tradição já existia na Idade Média.
A Igreja sempre incentivou tal devoção, por exemplo concedendo indulgências plenárias especiais e com referências em alguns documentos do Magistério, como a encíclica “Mense Maio”, de Paulo Vi, em 1965.
“O mês de maio nos estimula a pensar e a falar de modo particular dEla – constatou João Paulo II em uma audiência geral, ao começar o mês de maio em 1979. De fato, este é o seu mês. Assim, o período do ano litúrgico [Ressurreição] e ao mesmo tempo o mês corrente chamam e convidam os nossos corações a abrirem-se de maneira singular para Maria.”
Mas, por que existe este mês, se outros contêm festas litúrgicas mais destacadas dedicadas a Maria? O beato cardeal John Henry Newman oferece várias razões em seu livro póstumo “Meditações e devoções”.
“A primeira razão é porque é o tempo em que a terra faz surgir a terna folhagem e os verdes pastos, depois do frio e da neve do inverno, da cruel atmosfera, do vento selvagem e das chuvas da primavera”, escreve de um país do hemisfério norte.
“Porque os dias se tornam longos, o sol nasce cedo e se põe tarde – acrescenta. Porque semelhante alegria e júbilo externo da natureza são os melhores acompanhantes da nossa devoção Àquela que é a Rosa Mística e a Casa de Deus.”
“Ninguém pode negar que este seja pelo menos o mês da promessa e da esperança – continua. Ainda que o tempo não seja favorável, é o mês que dá início e é prelúdio do verão.”
“Maio é o mês, se não da consumação, pelo menos da promessa, e não é este o sentido no qual mais propriamente recordamos a Santíssima Virgem Maria, a quem dedicamos o mês?”, pergunta em sua obra, publicada em 1893.
Alguns autores, como Vittorio Messori, veem nesta manifestação da religiosidade popular uma cristianização de uma celebração pagã: a dedicação do mês de maio às deusas da fecundidade – na Grécia, Artemisa; em Roma, Flora. De fato, maio deve seu nome à deusa da primavera Maia.
Além disso, em muitos países, durante o mês de maio, comemora-se o Dia das Mães, e a lembrança se dirige também à nossa Mãe do céu.
Para muitos, maio é o mês mais bonito, como Maria é a mulher mais bela; o mês mais florido que conduz o coração até Ela, uma Palavra feita flor.
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