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Portugal e Espanha acertam candidatura conjunta da 1ª viagem de circum-navegação a património da humanidade

Os chefes da diplomacia de Portugal e de Espanha anunciaram nesta quarta-feira, em Madrid, a apresentação conjunta de uma candidatura a património da humanidade da primeira viagem de circum-navegação do globo, depois de “dissipadas todas as dúvidas”.

 

“Decidimos que Portugal e Espanha, através dos seus embaixadores na UNESCO, irão apresentar conjuntamente a candidatura” da rota da viagem iniciada pelo português Fernão de Magalhães e terminada pelo espanhol Sebastião Elcano, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros.

 
 

Augusto Santos Silva acrescentou que irão ser dadas instruções aos embaixadores dos dois países na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para, “não só coordenarem a candidatura, como para envolverem na mesma” os países dos outros três continentes (América do Sul, Ásia e África) por onde essa viagem passou.

“Espero que fiquem dissipadas todas as dúvidas ou especulações sobre a descoordenação, dos desacordos, nas comemorações da circum-navegação Magalhães/Elcano”, disse por seu lado o chefe da diplomacia espanhola, Josep Borrell, ao mesmo tempo que insistia que Portugal e Espanha estavam “de mãos dadas” nessas comemorações.

 
 

O diário espanhol ABC noticiou no sábado passado, citando “fontes” do Ministério da Cultura do país vizinho, que o governo de Madrid iria pedir mais informações sobre a candidatura da rota de Magalhães apresentada por Portugal à UNESCO. Segundo o ABC, o governo português teria apagado o império espanhol da história ao quase não fazer referência ao nome de Sebastião Elcano ou o papel preponderante de Espanha na realização da viagem.

A viagem, a bordo da nau Victoria, começou em 20 de setembro de 1519, em Sanlúcar de Barrameda, no sul de Espanha, e terminou em 6 de setembro de 1522, no mesmo local. Fernão de Magalhães, que planeou a viagem que acabou por ser financiada pelo reino de Espanha, não terminou a expedição, uma vez que morreu nas Filipinas, em 1521, aos 41 anos, tendo esta sido concluída pelo navegador espanhol Sebastião Elcano.

 

Portugal e Espanha estão a organizar inúmeras iniciativas que terão lugar até 2021 para assinalar esta viagem histórica iniciada há 500 anos. Augusto Santos Silva também teve uma reunião com a número dois do Governo espanhol, Carmen Calvo, que dirige a Comissão Nacional espanhola para as comemorações do quinto centenário da expedição.

Foto: KIKO HUESCA/LUSA

 

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