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PORTUGUESES: DE BESTIAIS A BESTAS

Estamos novamente em confinamento. Um confinamento que deveria servir para casos de emergência e para salvar vidas atempadamente.

 

Mas este confinamento não é para salvar vidas. Este confinamento é para evitar mais mortes em agonia, uma vez que os hospitais já têm de escolher quem salvar…

 
 

Sim, dois meses de estado de emergência com a medida mais grave que pode ser decretada por um chefe de estado, em que o Governo tem todas as ferramentas ao seu dispor para controlar a pandemia (aliás, como aconteceu nos outros Países) e muitos dos portugueses estão condenados a pagar com a vida a ação (ou inação) do Governo. A situação a que chegaram os lares, os hospitais, a economia, as pessoas, porque efetivamente o que nos interessa são as pessoas, não pode ser surpresa para ninguém.

A propaganda governamental realizada pelos grandes órgãos de comunicação nacional continua, mas infelizmente os números desmentem os discursos da treta.

 
 

Na primeira vaga, que originou o primeiro confinamento, em face aos resultados, a máquina de propaganda anunciou o “modelo português” para todo o mundo. Costa e seu Governo eram os heróis, “benzidos” pelo Presidente Marcelo.

Dizia a deputada socialista Joana Sá Pereira, no parlamento, em Junho de 2020:

 

“O vírus teve, eu diria, talvez o azar de encontrar pela frente um povo experimentado e um Governo capaz”. 

Recordamos que a época balnear até começou mais cedo, com Costa e Marcelo na praia, a chamar por todos. Tudo a banhos no Verão que o vírus era coisa do passado.

 

A segunda vaga vinha com a chegada do Inverno. Todos nós sabíamos. A Europa preparou-se. Os sistemas de saúde europeus preparam-se. Mas os incompetentes propagandistas do Governo ouviam os médicos e cientistas de forma sobranceira. Olharam para o que chamaram do “milagre português”, de que se achavam obreiros, e entregaram novamente ao acaso um novo milagre.

Escrevi em Maio de 2020, no meu Facebook, que Portugal e os portugueses ainda iam sofrer com a incompetência do Governo. E muito. Que isto havia de acontecer.

 

Infelizmente não me enganei. Portugal é hoje o primeiro País no número de mortes e infeções por milhão de habitantes. Incrível como isto pode acontecer. Afinal o “milagre português” não sobreviveu à realidade e aos governantes que afirmaram, vezes sem conta, que o SNS estava preparado, que estávamos preparados para a batalha, desfazendo e rejeitando o setor privado da saúde para colaborar.

E rejeitou, não por motivos ideológicos, até porque a única ideologia socialista que conheço é a ideologia do poder a qualquer preço.

Rejeitaram os privados porque tinha de ter o PCP ao seu lado para aprovar orçamentos. Rejeitaram porque não podia ferir muito o bloco de esquerda, porque o futuro está aí mesmo à porta, e nunca se sabe quando se vai precisar deles para combater a direita dos “mauzões”. E rejeitou porque Costa sacrifica tudo e todos para manutenção do poder.

E daí o meu título. O milagre português era do governo e elogiar os portugueses e agradar à populaça também dava jeito. E não tirava “bocado”. Os portugueses rejubilaram. Até receberam o prémio da Liga dos Campeões em Portugal. O grande prémio de F1 e até o de GP. O prémio justo pelo milagre português, conseguido por Costa e abençoado por Marcelo.

E o Governo vendeu a ilusão e a sua incompetência.

Costa dizia em Agosto: “vamos viver com o vírus, mas o nosso Serviço Nacional de Saúde está preparado e está a reforçar-se para poder dar uma resposta em caso dela vir a ser necessário”. 

E chega Setembro… Outubro… Novembro e vai daí, as infeções iam aumentando gradualmente aqui e na Europa… Afinal o “milagre português” passou a “quase silêncio português” e a declarações de certeza de que o SNS estava preparado, ainda que o investimento seja quase zero…

covid-19

De repente precisa de um estado de emergência e avisa que foi uma surpresa a amplitude da segunda vaga. Não foi surpresa, ou melhor, pode ter sido, mas apenas para quem governa ou anda distraído. Era só ouvir os especialistas (a única coisa que não é surpresa é a sua incompetência, aliada à suprema capacidade de os portugueses acreditar em gente incompetente e vendedora de ilusões para governar).

Estado de emergência decretado a 6 de Novembro. Seria necessária medida tão dura para tomar as medidas que foram tomadas? Não, não era, mas dizia Marcelo que se destinava a atribuir todas as ferramentas ao Governo para que fizesse o que tinha de ser feito (até aprovar saques de propriedades no meio da amalgama de medidas).

E o governo demonstra o que sabe… As medidas não têm sucesso. O aumento de infetados é cada vez maior. Medidas a conta gotas… confinamento aos fins de semana, com ajuntamento nos supermercados dos que trabalham durante a semana até as 13 horas e não têm outro dia para lá ir.

Um confinamento que culpava os restaurantes pelo aumento dos contágios e que, por isso, eram encerrados aos fins de semana, pois durante a semana já eram zona segura. Apesar dos números revelados pelos especialistas desmentirem Costa. Afinal, os restaurantes tinham uma ínfima contribuição para as infeções em COVID.

O confinamento era parcial, mas o aumento de casos continuava. E como continuava, o dono disto tudo, de sorriso nos lábios, anunciava abertura para o Natal e a campanha da vacinação, a luz que todos esperavam. A vacina finalmente chegava para salvar Portugal, para iluminar o nosso Natal…

Venderam aos portugueses o sucesso das medidas e o fim do caos. E o Natal apareceu (é curioso que tanto ateu venere o Natal quando dá jeito).

E o Natal foi o que o Governo e Marcelo deixaram que fosse. Passaram a ideia de que o COVID era coisa do passado. Acho que as vezes que vi serem administradas as primeiras vacinas na televisão, davam quase para ter a noção que metade de Portugal estava vacinado. A Ministra da Saúde saltava de Hospital em Hospital, de Lar em Lar a sorrir para as Camaras com o anúncio do messias da PFIZER. A vacina. A propaganda em toda a linha.

Natal em Espanha, Itália, Alemanha, Reino Unido com restrições rígidas… Com regras apertadas.

Mas Costa dá alegrias aos portugueses. Ele governa para isso. Para nos fazer feliz.

Dizia Costa a 17 de Dezembro, ignorando o aviso dos especialistas: “A evolução ao longo destas semanas confirma que continuamos a reduzir o número de novos casos, de pessoas internadas em enfermaria geral e em unidades de cuidados intensivos”. E o Natal, com este sinal, foi aberto.

E, logo de seguida, aquilo que se esperava. A subida exponencial de casos. Portugueses que morrem às centenas por causa da incompetência dos que nos (des)governam e o correr atrás do prejuízo. Um confinamento total que já vem tarde e a más horas. Um confinamento geral que aparece quando temos mais de 10.000 infetados e mais de 250 mortes diárias.

E a incompetência vê-se quando as medidas de confinamento geral são decretadas e publicadas a uma quinta feira, dia 14 à noite, e na segunda feira seguinte dia 18 de manhã, o Governo já vê necessidade de alterar, apertando ainda quase nada, naquilo que é o reconhecimento do seu erro.

A propaganda agora fica mais difícil. Por mais que a comunicação social tente esconder. Por mais que as manobras sejam astutas, a realidade dos números é incontestável.

Em Portugal morre-se… E morre-se do COVID e das doenças não COVID. Porque alguém brinca com coisas sérias.

Mas agora é o português o culpado. Pelos seus comportamentos irresponsáveis que levaram Portugal a este estado. Os portugueses passaram de bestiais a bestas. O Governo que era bestial, bestial continua. Afinal Costa já em Novembro afirmava:

“Primeiro-ministro afasta culpas pela segunda vaga da pandemia. Diz que o Governo fez o que era possível fazer, mas que é preciso que as pessoas evitem os contactos para travar as infeções.”

Ou seja, a culpa é dos Portugueses, porque o Governo só faz o que tem de fazer.

E a avaliar pelas sondagens, assim é…

Por isso, só nos resta chorar os mortos. Só nos resta bater palmas ao Governo e ao Prof. Marcelo. E votar no Domingo, de preferência todos ao molho, para justificar os novos casos ao Governo.

Na verdade, a culpa é mesmo dos Portugueses… que escolhem sempre os mesmos para governar. Que validam esta incompetência com o seu voto e ainda acham que Costa tem lidado bem com a pandemia. E depois até que se queixa.

Afinal, até já vamos em primeiro em alguma coisa…

Fiquem em casa… se não tiverem que ir trabalhar… porque estamos mesmo entregues a nós próprios.

Até para a semana.

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