Póvoa de Lanhoso vai comemorar os 120 anos do Theatro Club
A cultura está em festa na Póvoa de Lanhoso.
A noite da passada da última segunda-feira, 5 de Agosto, foi dedicada à apresentação do programa das Comemorações dos 120 anos do Theatro Club, verdadeiro ícone cultural e histórico da Póvoa de Lanhoso, “um espaço cheio de elegância pela sua simplicidade”, nas palavras da Vice-Presidente e Vereadora da Cultura, Fátima Moreira.
Esta responsável do executivo povoense fez a apresentação do vasto programa que vai prolongar-se, exatamente, até ao próximo dia 5 de Agosto do próximo ano.
Na sua intervenção, começou por fazer uma breve resenha histórica do edifício, construído em 1904 e que inicialmente comportava dois espaços: o rés-do-chão destinava-se aos Bombeiros, para socorro à população e, na parte de cima, era “o teatrinho”. Esta informação, que partilhou com os presentes, foi retirada da notícia publicada à data, no Jornal, também centenário, Maria da Fonte.
Foi de seguida, momento para referir o Concurso Nacional de Teatro Amador Ruy de Carvalho que, em 2025, cumprirá a sua vigésima edição. “Um evento de cariz nacional, um marco para o nosso Theatro Club”, acrescentou. “Este ano, associado à realização do CONTE, teremos a realização do Fórum permanente, em parceria com a Associação Nacional de Teatro.”
O programa vai contar com a continuidade do Intercâmbio Teatral e do Encontro de Teatro Lino Gravia, em estreita pareceria com o Grupo Cénico Povoense e das sessões de teatro para bebés.
Também no que concerne ao teatro terão lugar iniciativas como o Teatro Fora de Portas, “Reposição do Incorruptível”, uma reposição da peça cuja estreia nacional decorreu no palco do Theatro Club em 2004 e o espetáculo “O Olho Perdido de Camões, uma clara vénia ao grande poeta Luís de Camões e às comemorações dos seus 500 anos.
No campo musical, o programa engloba inúmeras propostas que irão contribuir para realçar a qualidade do cartaz, designadamente, a OCDM Orquestra de Cordas Dedilhadas do Minho, com um Concerto candelight num ambiente intimista; Tiago Barbosa com a apresentação de um novo trabalho musical com origem na música popular portuguesa “Moços”; o Festival Província Sonora: Um Festival itinerante de música erudita; o Fourward Jazz, Concerto de jazz do grupo bracarense vencedor do concurso Smooth FM.
Será indissociável a continuidade das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril e, com “25 de Abril Hoje”, um cruzamento entre música, poesia e dança, o público será surpreendido com “novas abordagens às velhas questões”.
Exposições, dança, cinema, visitas guiadas pelo “António Lopes”, oferta formativa, serviços educativos, residências artísticas vão enriquecer a programação destas comemorações, ajudando a tornar esta numa excelente oportunidade para celebrar o valor cultural do Theatro Club e a refletir sobre o seu profundo impacto na comunidade ao longo das décadas.
“É um programa vasto, que promete, e eu quero desafiar todos/as a participar e a envolverem-se nestas comemorações”. Com este repto, Fátima Moreira encerrou a apresentação, à qual se seguiu o primeiro evento desta extensa agenda, a inauguração da XXVIII Exposição Aberta de Artes Plásticas e um espetáculo de rua, animado, dinâmico e cheio de cor, que fez da primeira noite deste programa, um sucesso.
Theatro Club
Projetado por Ascensão Machado, foi construído em 1904, por ação do maior benemérito da Póvoa de Lanhoso – António Lopes, é um edifício característico da Arte Nova, destacando-se entre as salas de espetáculo existentes em Portugal pela sua peculiar arquitetura e expressiva decoração.
A sua inauguração teve lugar em 1905.
Este edifício serviu como quartel dos Bombeiros Voluntários, contribuindo significativamente para a segurança e para o bem-estar de toda a comunidade povoense.
Em 2001, este edifício foi alvo de recuperação, tendo por base o projeto dos arquitetos Mário e Adelaide Abreu (premiado pela União Europeia, apoiado pela Fundação Gulbenkian e financiado pelo Plano Operacional da Cultura), vendo adapta a sua funcionalidade e preservada a sua valia artística.
As características seculares foram respeitadas mas foram, no entanto, introduzidas pequenas alterações com o objetivo de criar novas valias e vincar soluções técnicas sempre em respeito pela unidade do conjunto, não esquecendo a forte componente histórica do edifício Theatro Club.