Professor da UMinho lança disco sobre Óscar da Silva
Luís Pipa, pianista e professor da Universidade do Minho, lança esta sexta-feira a nível mundial um disco dedicado a obras de Óscar da Silva, considerado o iniciador da música moderna em Portugal e o último grande romântico do país. A edição da inglesa Toccata Classics inclui vinte faixas, sendo “Tempo di ‘Berceuse’” I e II, e as três peças do ciclo “Românticas” gravadas pela primeira vez. O álbum foi gravado nos estúdios da Casa da Arquitetura, em Matosinhos. A sua apresentação ao vivo naquela cidade, assinalando os 150 anos do nascimento do compositor, foi adiada para 2021 devido à pandemia.
Óscar da Silva (1870-1958) foi um reconhecido compositor, com concertos desde a Europa à América e com interpretações geniais de Chopin e Schumann, de cuja viúva foi aluno. “A delicadeza da tonalidade e cor da sua música têm um sentido particularmente português da emoção humana; há um romantismo suave e sensual algures entre Chopin e Rachmaninov”, descreve Luís Pipa. O professor da UMinho está já a preparar um novo CD com obras de Óscar da Silva, que deixou um amplo legado para piano. Luís Pipa lançou recentemente pela conceituada Toccata Classics um disco com obras do português José Vianna da Motta e outro com obras do polaco Philipp Scharwenka, prevendo-se para 2021-22 um segundo volume de Scharwenka e de Óscar da Silva.
Luís Pipa nasceu na Figueira da Foz e vive em Afife, Viana do Castelo. Diplomou-se em piano no Conservatório de Música do Porto, fez o mestrado em Estudos de Performance na Universidade de Reading, o doutoramento em Performance pela Universidade de Leeds (ambas no Reino Unido) e estudou na Academia Superior de Música e Artes Dramáticas de Viena (Áustria). É professor do Departamento de Música do Instituto de Letras e Ciências Humanas da UMinho, investigador do Giartes/Centro de Estudos Humanísticos da UMinho e vice-presidente da Associação Europeia de Professores de Piano (EPTA).
A sua carreira como pianista a solo e com maestros/orquestras de renome inclui estreias mundiais de obras de Luiz Costa, Rigaud ou Bochmann e concertos em cidades como Oslo, Amesterdão, Helsínquia e La Valetta. As suas gravações abarcam composições próprias e reportório desde o barroco ao século XX, como Mozart, Carlos Seixas ou Debussy. É convidado para masterclasses e júris internacionais de piano, tem publicado sobre técnica, interpretação e pedagogia em revistas internacionais e possui ainda projetos ligados ao teatro e à pintura. O International Biographical Centre incluiu-o na lista “Top 100 Educators 2012” e o “Piano Journal” admitiu que a sua obra “Suite Portugal” deixará marca em antologias de música portuguesa.