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Projeto HEREDITAS vem enriquecer o conhecimento sobre os moinhos do Concelho

É inegável o valor patrimonial dos moinhos e a sua importância para a história e identidade dos lugares. Testemunho da atividade social e económica de uma região, os moinhos eram fonte de rendimento e subsistência para várias famílias que deles dependiam. O trabalho desenvolvido pelos investigadores do Projeto Hereditas permitiu a caracterização de vários conjuntos molinológicos. Destacamos três entradas de inventário da Base de Dados patrimonial que ficará disponível para consulta pública. Para além da caracterização de cada um, foi produzido um vídeo com imagens recolhidas e editadas por Ana d’Alte e Tiago Santana, da equipa Hereditas.

 
Moinho
Clique na imagem e veja o vídeo

No vídeo, pode ver-se os Moinhos do Pigeiro (ou moinhos do Ribeiro de Ramos), em Souto Santa Maria. Um conjunto formado por cinco moinhos de cubo, hidráulicos, localizados num ribeiro próximo da Igreja de Santa Maria. A linha de água tem caudal reduzido, mas forte corrente, provocada pelo desnível da encosta a montante do conjunto. Um dos moinhos foi recuperado pela Junta de Freguesia, mantendo-se funcional, enquanto os restantes se encontram em ruína. Todas estas construções são em granito, com plantas retangular e outrora cobertura de uma água apenas. A água seria introduzida no interior por meio de caleira de granito, que a conduziria até ao cubo cilíndrico, aumentando a pressão e, consequentemente, a força do rodízio. Há vestígios de mós abandonadas no exterior. O Inquérito Paroquial de 1842 faz referência a estes moinhos. Laboravam apenas no inverno, pois no verão o ribeiro secava. Nessa estação a moagem era realizada na azenha localizada no rio Ave, que funcionava o ano todo. 

 
 

Ainda em Souto Santa Maria, encontra-se o Moinho do Vaqueiro. O Moinho e o açude estão localizados no rio Ave. O açude interrompe o rio, desenhando uma ligeira concavidade para montante e impondo um desnível de cerca de metro no curso da água. Todo ele é composto por aparelho de granito. O moinho está implantado sobre o rio, na margem nascente, no alinhamento do açude.  Deverá ter sido uma importante unidade molinológica pelo número elevado de mós que tinha em funcionamento na década de 1940. Encontra-se em ruína, permanecendo ainda as paredes de granito que definem uma planta irregular, assemelhando-se a pentágono, outrora base de moinhos sazonais. A volumetria é de um piso e teria cobertura de duas águas. Ainda se encontra no local a mó deste engenho. O Inquérito Paroquial de 1842 faz referência a esta azenha, referindo que ela funcionaria durante todo o ano.

Em Airão Santa Maria, localiza-se o Moinho de vento, na rua com o mesmo nome. Está implantado numa zona alta, aproveitando a exposição ao vento. Apenas sobrevivem as paredes exteriores, hoje rodeadas por eucaliptos. O moinho tem volumetria vertical cilíndrica em alvenaria de granito, com uma porta e duas janelas superiores para entrada de luz. No interior são visíveis os entalhes na pedra para encaixe da estrutura do engenho. Pela sua forma poderá dizer-se que seria composto por um capelo giratório de madeira, com cobertura cónica e mastro para suporte das velas.

 
 

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