Sexta-Feira Santa Paixão do Senhor
Este é o momento em que a Igreja celebra mais especialmente a Paixão e a Morte de Cristo. É o momento de comungar do sacrifício do Filho de Deus cuja morte é a vida do mundo. Mas a ideia dominante é clara: por maior que seja o luto, os eventos do dia fazem brotar alegria.
A Celebração da Paixão do Senhor tem a intenção de fazer os fiéis entrar mais profundamente no Mistério Pascal e a sua estrutura guarda a das celebrações mais antigas. Mas não é de carácter fúnebre. Não adoramos um morto, mas um Homem que está vivo porque é Deus. Celebrar a Cruz de Jesus não é celebrar a morte, porque a Cruz conduziu-O à Ressurreição e à Vida. A SextaFeira Santa celebra em simultâneo a morte de Cristo e a sua Ressurreição, presente tanto no carácter glorioso da Adoração da Cruz, como na comunhão que nos dá Cristo ressuscitado.
Neste dia não há celebração eucarística e a unidade dos dois ofícios de Quinta e Sexta-Feira Santa fica mais sublinhada pelo facto de o pão que se comunga ter sido consagrado na missa vespertina do dia anterior.
Ritos
Entrada em silêncio: A celebração começa às 15 horas — hora da morte de Jesus — e o celebrante e os ministros chegam em silêncio diante do altar, prostrando-se em oração silenciosa.
Evangelho da Paixão: A celebração da Palavra é o elemento fundamental e universal da liturgia deste dia. A liturgia é simples, solene e sóbria. O Evangelho da Paixão, com os seus muitos pormenores, não isola o mistério da morte de Cristo da sua glorificação. Escrito por S. João, ele descreve a Paixão do Senhor como uma marcha real de Jesus para a sua morte, onde é elevado ao mesmo tempo na Cruz e na glória. João insiste na obediência à vontade do Pai e sublinha, também, a realeza de Cristo, afirmada até sobre a Cruz com a frase “Jesus de Nazaré Rei dos judeus”.
Oração Universal: A Oração Universal deste dia é feita segundo a forma mais antiga. Distingue-se de outras orações dos fiéis pela sua estrutura e pela universalidade do seu conteúdo, precisamente no dia em que Cristo orou sobre a Cruz por toda a humanidade. Ora-se por todas as necessidades espirituais e materiais, por todas as situações dos homens, por todas as suas angústias e divergências.
Adoração da Cruz: A Cruz é descoberta em três fases, mostrando-a aos fiéis para que a possam contemplar e adorar. Esta elevação da Cruz e a adoração que se segue afirmam a vitória decisiva de Cristo. “Vinde, adoremos”, diz a assembleia.
IN: IGREJA VIVA / JOÃO PEDRO QUESADO (TEXTO)